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Mostrando postagens de setembro, 2009

Acordando normalmente

Bom humor matinal não depende de mim ou do mundo, é uma anomalia emocional que ocorre quando menos espero e quando mais preciso. E não depende também de qualquer variação do meu ritual: bocejar, espreguiçar, arrastar-se até o banheiro, jogar água fria na cara até parecer humano de novo. Claro, o mundo participa também; os pássaros cantam, o vizinho faz barulhos estranhos ao sair pro trabalho, a dona-de-casa do apartamento da frente liga o axé no máximo para limpar sua casa mais graciosamente - ou não - e meu celular tem a hora programada pra tocar " So Happy Together " do The Turtles (daquela propaganda do Ford Focus no final do ano passado) para fazer com que eu abra os olhos e volte à realidade. Ah, e café . Café é vital, agora. Depois de anos adepto ao tradicional leite com toddy (nem Nescau, Toddy mesmo), eu agora tomo " a bebida que gente grande bebe o dia todo pra continuar funcionando " (acho que minha mãe disse algo parecido pra mim, em algum ponto da min

Sobre viver a vida

Quando a vontade de escrever bate, tem que seguir com ela até o final. Sem mais nada de produtivo pra fazer a não ser atualizar o twitter a " less than 5 seconds ago from web " e curtir os flashbacks que só o media player no aleatório pode proporcionar, eu decidi passar pelo Jornal Nacional no mudo para, pela primeira vez na minha vida, pegar uma novela do começo. Afinal, agora não tem mais mãe lá na sala pra me explicar a história quando eu resolver assistir quando saio da minha caverna pra jantar em família. Da Índia pro Leblon, tudo bem, Manoel Carlos , a gente entende. Helena , claro, a gente entende. Título com subjetividade universal, entendo muito bem. E dessa vez, nove meses depois da Flora ter sido presa, eu não me sinto mal por começar outra novela na segunda assim, depois de um final na sexta. (Só um comentário aleatório; William Bonner fica bem engraçado no mudo, experimente. Ouvindo: The Winner Takes It All - não a versão maníaco-dramática da Meryl Streep ,

Acima do normal

Eu juro que ouço essa palavra todo dia, e estou repetindo aqui de propósito. Simplesmente para ver se alguém também se dá conta disso. Na maioria daz vezes, é usada pra descrever uma sensação, um lugar, uma atitude, um pensamento, o tempo lá fora, enfim. Outras vezes, é o que uma pessoa espera atingir na esperança de não ser julgada por outros e sentir a comodidade de “se encaixar” na sociedade, e então perder tempo com outras coisas. O que eu não entendo é essa busca sem sentido pela normalidade; que graça tem? Ser igual a todo mundo, fazer as mesmas coisas, sem nunca sair da rotina, só porque a televisão mostrou que aquela menina que dança “ A Little Less Conversation ” no corredor de casa tem síndrome de down. Eu faço a mesma coisa, quando o espírito do Barry White baixa aqui ( you’re my first, my last, my everything, yeah baby), e consigo comer sem babar (exceção clássica: cachorro-quente), e andar na rua (grande parte do tempo) sem trombar em nada. Tio Raul já dizia que excercit

Segunda-feira, 15:35.

É, a tarde de hoje foi bem produtiva. Mas sabe, o que realmente acontece depois que se encontra o amor? A pessoa fica feliz, e só? O drama acaba, as inseguranças se acalmam, as lágrimas secam, o coração pára de pular... fim? Talvez eu seja louco, ou apenas masoquista, mas isso me parece bastante chato. Eu gosto da busca, a procura incansável; essa é a graça. Quanto mais se está perdido, mais se tem a esperar. Quem diria, eu estou feliz e nem tenho noção.

Pensando em você

Hoje eu me lembrei daquela frase que diz que a vida se baseia nos momentos em que perdemos o fôlego, e já faz algum tempo que eu venho reparando em como eu ando suspirando bastante, com tudo que me acontece. Só que em vês de suspirar por algum amor perdido ou por prender meu dedo no freezer sem querer, dessa vez foi puro tédio. Aí eu caí num dia tipo “o-que-posso-fazer-pra-mudar-minha-vida-hoje?” e decidi tentar um experimento bastante desafiador: pensar antes de falar e agir. Sistema de filtragem: ligado, e assim foi. Sabe como se descobre que se fala muita merda? Quando se pensa antes de falar e o silencio se torna constante. E digo mais, é melhor do que exercitar a paciência.

O tipo de coisa normal

Demora um pouco pra se perceber, mas depois de muita observação a outros seres huamnos e suas manias ao longo dos anos, posso honestamente dizer que o mundo é feito de pessoas estranhas. Mas por que não nos avisam? Quando crianças, por que não nos ensinam na pré-escola que as pessoas são bizarras, assim não nos sentiriamos tão mal com nossa própria estranheza, e talvez até seriamos mais mente-aberta quanto ao estranho. Pense na pessoa que você julgou ser estranha e tirou da sua vida; ela é mesmo pior do que os estranhos que você ama, e até sente falta? Resumindo, somos todos submetidos a uma lavagem cerebral para acreditar que as melhores pessoas são normais e atraentes, mas talvez não sejam! Talvez os estranhos sejam mesmo as pessoas mais legais, e a culpa é nossa por estar ignorando-os. Afinal de contas, ainda estamos sozinhos. Estamos, definitivamente, esquecendo de alguma coisa. *** Normal é o meio-termo entre o que você quer e o que você pode ter. *** Não som

O efeito dominó

Segredos, mentiras, e mágoas são resultados do que acontece todos os dias quando as pessoas menos esperam, quando se vive num mundo sem amor . Em vês de corações abertos, tudo que se encontra são ironias e sarcasmos engatilhados, prontos para serem atirados contra alguém que, curiosamente, ainda acredita que aquela coisa estranha chamada amor possa mesmo, apesar dos apesares, conquistar tudo. A partir disso, ocorro todo aquele efeito dominó: uma pessoa quebra a cara, que por sua vez torna-se fria e acaba por esmigalhar as crenças de outro em seguida. No fim, o que nos resta para acreditar a não ser na tal realidade, com toda sua frieza e senso de que fantasia só pode existir até quando, digamos, você começar a pagar seu próprio aluguel. Encarados com tantas calúnias, a única coisa que resta perguntar é: nos dias de hoje, exatamente quão perigoso manter um coração aberto é?

A dor maravilhosa

Eu fui pra cama à uma da manhã, e ainda estava acordado às duas e meia. Não haviam mais palavras, já havíamos dito todas. Depois daquilo, eu sabia que tinha acabado. Será que eu realmente amei? Ou estava apenas viciado na dor? A dor maravilhosa de querer alguém tão inatingível. Eu queria ir até ela, mas me senti amarrado aonde estava. Uma parte de mim estava me segurando, sabendo que já tinha ido longe demais, atingindo meu limite. E assim, eu me desprendi do amor. Eu estava livre, mas não tinha nada de maravilhoso nisso.

Se for só na sua cabeça

É fácil se perder quando se segue o coração o tempo todo. Num piscar de olhos, dá pra perder amigos, oportunidades únicas e até mesmo uma vida; basta esquecer que tem cérebro e deixar que seus batimentos cardíacos tome decisões por você. Isso só não se aplica à exceção clássica: amor. Não se escolhe a quem amar, até aí todo mundo sabe, mas o que o mundo cisma em impor é que é sim possível decidir por quem sofrer – para não dizer, que dá até pra não sofrer por ninguém. Depois de inúmeras cartas de amor, lágrimas de arrependimento e pedidos de desculpas, a tendencia é de que o garoto ingênuo e apaixonado que existe dentro de cada homem morra pouco a pouco ao longo do caminho rumo à maturidade. Quando não passa de um garoto ingênuo dentro de um garoto mais ingênuo ainda, acaba demorando mais ainda. Mas acontece. Acreditar no amor é algo que envolve tempo, imaginação fértil, castelos em cima de sonhos, coragem de admitir para o resto do mundo que você não vai pegar a garota bêbada da f

Tudo normal até que...

Sabe aqueles dias em que você sente que não pode chegar perto de outros seres humanos, para o seu bem e a segurança deles? É um dia em que todas as forças do universo se conciliam estritamente para te irritar, e conseguem. Você pode até, no maior dos milagres, acordar de bom humor num dia assim, mas com um piscar de olhos, de repente tudo e todos tornam-se malditos que só apareceram no seu caminho para testar sua paciência, geralmente com coisas pequenas e perguntas insignificantes. As pessoas dizem que você não pode ficar estressado, você as manda pra bem longe , e o dia vai piorando. Todos tornam-se alvos e não há quem você não imagine que exploda e te deixe em paz. E, claro, a hora no relógio não passa para que você volte para casa o mais rápido possível, sem ferir ninguém. Você questiona se as ordens do seu chefe no trabalho são de verdade, ou se são só pra te irritar, você não liga pra colega escrota que não te cumprimenta, e você nem se preocupa em servir direito o cara que ped

Motivos normais

Na maioria das vezes, medo é o que separa as pessoas daquilo que mais querem. Medo de admitir que errou, e que sente falta. Medo de perceber que talvez fez a escolha errada, e de aceitar em vês de se afogar em arrependimento. Eu não tenho, nem nunca tive, medo de querer alguém para amar. Porque eu tive uma vez, e era tudo. O que me amedronta agora é a possibilidade de nunca te ter de novo. Ou talvez, eu nunca tive de verdade. *** Sabe aquela calma que só o desespero dá? *** As pessoas gostam de dizer “muito pouco” pelo mesmo motivo que se apaixonam pela pessoa errada: atração por contradição. E nunca falha.

Amanhecer

Morrer é fácil. O coração pára de bater, você vê uma luz branca, e caminha em direção à eternidade, deixando para trás a vida que sequer chegou a conhecer por completo. Ruim mesmo é morrer enquanto ainda se está respirando, porque a dor não pára. É um momento inexplicável quando paramos por um segundo para perguntar a si mesmo: “pelo quê eu estou vivendo?”, e encontrar-se sem resposta. Talvez seja pela família, pelos amigos, o trabalho, ou quem sabe a vontade de realizar todos os sonhos pelo qual aspira, antes de parar de respirar. Alguns nem param para pensar nisto; dizem que a vida foi feita pra ser vivida e nada mais, e não estão errados. Mas ao encarar-se com o fim de uma vida alheia, a tendência de tirar alguns instantes para analisar a própria é quase inevitável. E na maioria das vezes, não sabemos exatamente porque levantar da cama de manhã. Todos queremos realizar algo em nossas vidas antes de deixá-la; algo significativo. Seja a emoção de um romance, a alegria de criar uma

O dia em que a terra tremeu

E então, eu decidi ficar louco. Se deu certo pro Raul ... *** Lembra de como você costumava ser impulsivo; espontâneo a ponto de não pensar duas vezes antes de sair de casa para procurar alguém a quem você devia desculpas. Espontâneo a ponto de dizer e fazer tudo que pensava, tudo que queria, sem temer os olhares dos outros em volta. Você não se preocupava em dormir cedo para descansar; dormia cedo para que a noite passasse rápido, para que pudesse rever todos aqueles que ama no dia seguinte. Você costumava guardar os segredos de todos, e em troca dar-lhes os seus pois sabia que estariam seguros também. Você não se preocupava tanto com dinheiro; as coisas que te faziam feliz não tinham preço. Você ássava horas conversando sobre coisas sem sentido, e se sentia bem com isso. De repente, as coisas – e as pessoas – precisavam ter uma espécie de “conteúdo” para chamar sua atenção. Estranho como você nem sabe definir bem que tipo de “conteúdo” é esse. E aí, você cresceu. Conseguiu