Nada é tão humano quanto errar; talvez seja um dos momentos mais vulneráveis pelos quais alguém poderia passar. No entanto, outra característica humana terrivelmente inata é o nosso desdém pelos erros, sejam eles cometidos pelos outros ou pior, aqueles com os quais tentamos aprender a conviver. Depois que inventaram as desculpas, errar tornou-se muito mais fácil de se superar, a ponto de ser mais cotidiano do que os acertos. Mas talvez o maior erro que alguém possa cometer seja não aceitar que as pessoas que amamos também são, acima de tudo, humanas. Humanos que de vez em quando vão nos decepcionar.
Antes de julgarmos ou condenarmos, é preciso rever nossas próprias expectativas sobre as pessoas: estamos aprendendo com as diferenças dos outros, ou estamos tentando consertá-los? Não podemos esperar dos outros algo a mais do que eles possam nos dar, assim como precisamos saber enxergar nossos próprios limites, mas não é tão fácil quanto parece. E se o outro errou porque nós o empurramos além do limite? E se estávamos tentando corrigir alguém, enquanto éramos nós mesmos quem insistíamos em tentar encontrar razão em nossos enganos? E se eu estava tentando consertar você, quando na verdade era você quem estava me transformando em um homem melhor?
Então eu comecei a rever minhas atitudes e afundei na dúvida: estive mesmo fazendo as coisas certas esse tempo todo, ou conduzi uma sucessão de erros e ignorei qualquer um que tentou me alertar o contrário? Tudo bem, eu vou tentar aprender com os meus erros de agora em diante, de verdade. Quem sabe assim eu desista dessa mania constante de tentar encontrar erros em todos, e permita que as diferenças dos outros me façam crescer e amadurecer, porque até eu acho que já passou da hora. E você, bom, não há nada que eu possa fazer se você insiste em continuar assim.
Foi aí que eu aprendi que eu não posso consertar você. Depende de nós mesmos.
Ao som de: Fix You – Coldplay.
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