Minha vida é uma comédia romântica sem fim, do tipo daquelas onde o protagonista se ferra o filme todo e só encontra a mocinha depois que tudo de ruim possível já aconteceu. Às vezes eu gostaria que minha vida fosse mais parecida com um daqueles pornôs baratos do tipo "Emmanuelle no Lago" ou "Emmanuelle na Sapucaí"; enfim, algo parecido com qualquer local aonde Emmanuelle já tenha transado - se é que ela já não rodou por tudo. Relacionamentos seriam definitivamente algo mais recorrente para mim, mas acho que envolveria transar em lugares mais estranhos e com aquelas trilhas sonoras de pornô tocando ao fundo. Mas acho que apesar de toda a emoção, eu ainda sentiria falta do romantismo simples que vem com o toque suave de um beijo, o arrepio de uma mão boba, ou o simbolismo de andar com as mãos dadas com alguém especial.
Existem varias teorias sobre como encontrar o amor, e posso dizer que nenhuma delas realmente funciona, mas as pessoas ainda insistem em tentar me ajudar. Eu tenho uma amiga que não acredita que exista alguém especial para todos; em vês disso, ela vive como uma discípula da teoria milenar de tentativa e erro, como se o amor não fosse nada mais do que um quebra-cabeça cuja resolução depende apenas da nossa capacidade de fazer as peças se encaixar. Na verdade, acho que isso está mais para uma versão mais sofisticada do ditado popular, "a fila anda", mas ela diz que funciona... na maioria das vezes.
Na verdade, relacionamentos entraram em declínio desde os nossos anos cro-magnon, quando a mulher saiu da caverna, olhou em volta e disse, "Não é tão difícil dar conta disso". E assim foi se tornando cada vez mais difícil para homens como eu, os intelectuais fracotes da tribo, atrair uma companhia do sexo feminino enquanto a competição, os monstros musculosos e monossilábicos, possuíam a vantagem por passarem a imagem de predador sexual mais rapidamente do que nós; eis que não nos restou nada a não ser voltar para a caverna e refletir sobre isso - ou, no meu caso, escrever incansavelmente até a frustração passar.
Depois de anos me apaixonando pelas mulheres erradas, das mais improváveis até as impossíveis, passando pelas feias, as sem caráter e até mesmo uma lésbica, posso honestamente dizer que não sei nada sobre o amor nem como funciona ou como lidar bem com uma paixão. Aliás, talvez seja mesmo impossível saber como se comportar quando se está apaixonado; isto certamente explicaria minhas atitudes desde... sempre. Mas eu ainda quero viver uma história de amor com todo o romantismo que eu consigo imaginar, e todas as transas em lugares bizarros que eu tenho direito. Só mesmo a idade contemporânea para me permitir ter esses pensamentos sem noção; se ainda estivéssemos na pré-história, eu já teria sido devorado por dinossauros.
Talvez esta seja a parte chata do filme onde o protagonista precisa repensar suas expectativas antes de tentar se envolver com alguém de novo, mas acho que a essa altura do filme eu não recusaria algumas sequências fora de sintonia com alguma boa Emmanuelle que se preze, e que se dane o sentido da história. Falando em falta de sentido, um pornô sobre Emmanuelle no tempo das cavernas não é uma ideia tão ruim, mas acho que já deve ter sido feito e até reprisado nas madrugadas da televisão aberta e só eu não vi.
Enfim, é nisso que dá pensar demais em amor.
Ao som de: Fix You – Coldplay.
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