Ficar relembrando de alguém que te esqueceu enquanto você ainda estava por perto não presta, mas acho que é o único jeito que sobrou para a nossa esperança se expressar. Sem contar que a gente insiste em relembrar, achando que isso vai mudar alguma coisa que aconteceu. Como se um dia desses a gente fosse acordar com uma mensagem dessa pessoa, dizendo que se arrependeu e que tudo vai ser diferente de agora em diante. Bom, não vai. Sabe porque? Porque já não deu certo da primeira vez.
Mas quando eu não estou ocupado me torturando com lembranças nossas, eu me concentro mesmo em imaginar se você ainda pensa em mim, ou se tudo aquilo que a gente construiu só existiu mesmo na minha cabeça. Sinceramente, eu não posso acreditar que você está bem. Você teria que ser muito, mas muito fria e insensível para me assegurar de que não pensa mais em mim ou pior, que não fez nada de errado. Bom, mas fez. Esqueceu de mim. E acho que o mínimo que você me deve agora é sofrer um pouco com isso.
E depois de sofrer por relembrar, e de sofrer por pensar se ela lembra, vem a parte de reexaminar cada fragmento de cada momento que passamos juntos para tentar enxergar algum sinal, alguma pista que indicasse que o fim estava próximo. Será que foi alguma coisa que eu fiz? Ou será que foi alguma coisa que eu poderia ter feito? Será que foi tudo culpa sua mesmo? Mas se foi culpa sua, porque quem se sente mal sou eu? A paranóia é resultado das lembranças; quanto mais a gente insiste em repensar, mais os detalhes ficam vagos e a nossa mente se perde na bagunça. E com isso, mais a gente se sente mal.
Finalmente, quando não há mais o que argumentar contra o que aconteceu e a gente percebe que relembrar não vai mudar nada, vem a parte mais difícil. A parte que dói mais, e que demora mais para superar porque a gente tem um instinto de autodestruição que ainda consegue ser mais forte do que a nossa esperança: agora é hora de esquecer, e de preferência do mesmo jeito que você aparenta ter feito.
Talvez eu nunca descubra porque você me deixou de lado, ou o porquê você não quis se esforçar para redescobrir o amor que mantinha a gente junto, e eu simplesmente vou ter que aprender a conviver com isso. Acho que o negócio agora é esquecer mesmo; começando pelos motivos que me levaram a me apaixonar por você, pra começar. Mas, pensando bem... Por que eu me apaixonei por você mesmo? Esse é o problema em ficar relembrando o começo de uma relação que já acabou; a gente esquece que precisa esquecer.
Ao som de: Don't You Remember – Adele.
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