Existem várias maneiras de lidar com o fim de um amor, mas só depois de tentar todas é que você percebe o inevitável. Só depois de chorar, ignorar, repensar e cair em desilusão é que você realmente descobre que não adianta querer distância ou fingir que isso não te machuca mais, porque aquele amor que você sentiu e que tinha certeza de que dessa vez era pra valer pode terminar da noite pro dia, mas ainda permanece dentro de nós por um bom tempo. E não adianta a gente se odiar por isso, porque o amor sabe onde se esconder e também sabe a hora certa de parar de ser importante pra gente. O amor reaparece para nós naqueles momentos mais cruciais, como o fim de um dia que parecia ter sido perfeito até que a noite cai e as lembranças nos invadem de pensamentos e questionamentos sobre aquela pessoa que de repente não combina mais com a gente. O que é estranho, porque ontem mesmo a gente tinha certeza de que tudo ia ficar bem.
E não tem nada que a gente pode fazer, realmente. Só seguir em frente, e continuar vivendo essa vidinha rotineira e tediosa, esperando pelo melhor. Ou por outra pessoa. Alguém que explique porque não deu certo antes. E geralmente é assim mesmo que acontece, mas a gente só entende essas coisas mesmo no fim. Quer dizer, no fim que na verdade não é o fim. Porque se eu continuo pensando em você, isso quer dizer que para mim ainda não acabou. E se eu ainda sofro por você, é porque o amor continua escondido dentro de mim, me ferindo com as lembranças quando a noite cai e a sua ausência se torna dolorosamente mais evidente. O que também é estranho, porque durante aqueles últimos dias que a gente nem sabia que eram os últimos, nenhum de nós estava tão presente quanto gostaríamos, nem se importando tanto quanto quando nos conhecemos. Mas faz sentido; no começo tudo o que temos são as promessas, e isso nos deixa otimistas pelo futuro. No fim tudo que temos são fragmentos, e isso nos deixa frustrados pelo passado.
Não sei o que é pior: você não querer me amar, ou eu insistir em não lidar com isso. Ou quem sabe é algo mais, mas aí já são aquelas tolas lembranças que me fazem pensar de que poderia ter acontecido de qualquer outro jeito diferente da realidade, mas as coisas são como são e você precisa aceitar isso, Igor. E com isso a gente endurece, fica com medo e receio, e age como se tivesse desistido do amor, como se isso ajudasse em alguma coisa. Porque é o amor que nunca desiste da gente, mas isso faz parte das coisas que a gente só percebe mesmo depois do fim, quando outra história começa.
Mas sabe, se depois de tudo isso eu descobrir que você era mesmo a mulher da minha vida, eu vou ficar muito puto. Não com a vida; com você, mesmo. Felizmente, eu sempre erro.
Ao som de: If You Don't Wanna Love Me – James Morrison.
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