Dois lembretes me seguem há anos. Não metaforicamente. Seria abstrato demais para o que eu quero dizer, que já é simbólico o bastante. Fisicamente eu digo, na forma de dois post-its que já perderam sua cola há anos, mas seguem lutando contra o tempo à base das mensagens que carregam. E, claro, das tachinhas que os prendem ao mural de recados do meu quarto. O mural em si também me segue há anos, por uma razão risível agora que finalmente parei para pensar. Ou, melhor dizendo: agora que parei para lembrar. Mas para fazer algum sentido para você, talvez seja bom explicar da onde a ideia dele surgiu. Se me lembro bem (o que é difícil mensurar a essa altura), foi uma ideia materializada em 2015 – o ano em que saí de casa de novo. É, de novo. Eu tive várias partidas ao longo dos anos. De um apartamento para outro. De uma cidade para outra. De uma vida para outra. E em algum ponto desse trajeto, entre uma vida e outra, eu percebi (não pela primeira vez) o quão efêmero tudo pode ser. E o...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca