Algumas pessoas quando se aventuram em experiências novas, como mudar de cidade, fazer faculdade e arranjar um emprego, são questionadas por seus amigos sedentos por novidades e recontam tudo pelo que passaram com uma história envolvente e interessante. Eu queria ser uma dessas pessoas.
“Como vai a faculdade?”, “E o trabalho?”, “Já fez amigos?”, “Enfim, ta gostando?”; eu consigo responder tudo com “aham” sem nem me preocupar em não ter nada relevante para adicionar, e também me questionam por isso. Eu gostaria de viver em um mundo onde meu “aham” tivesse valor, mas só o meu. As vidas dos outros podem permanecer como “best sellers”, se não for incômodo.
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Eu não questionei a razão de ter aulas de economia em Jornalismo, mesmo com apenas a teoria, mas certas matérias “fundamentais” aprofundam-se tanto que me deixa desorientado – mais do que o normal. E é com base nisso que eu desabafo: fotografia é uma coisa chata.
Não tive aulas práticas ainda, com exceção de uma breve visita a um laboratório, e apesar da minha afeição por teorias, toda conceituação (que, na maioria das vezes, foge do senso comum) tem que ter limite. E, por favor, não tentem fazer com que eu mude de idéia; eu fico satisfeito em não estudar sobre erros de paralaxe e só aparecer na foto. Com os olhos abertos, de preferência.
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Não gosto de escrever a mão, mas tem suas vantagens. Pra começar, é algo cansativo e até meio chato, mas cria limites para minhas divagações e a humanidade agradece. Porque eu não sou uma pessoa normal com pensamentos rotineiros; eu sou o cara que riu por dois meses após ouvir a expressão “xepa da feira”, que caminha voluntariamente em tempestades, que toma todinho na faculdade, que fala com clientes igual fala com os pais, e que coloca catchup em salgadinhos. Imagine então esta pessoa com tempo e uma lapiseira – ou, na maior das calamidades, com o Word 2001.
E ainda me encorajam.
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Eu não escrevo bem, eu só... não escrevo mal.
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