É incrível a quantidade de paracetamol que precisei comprar para sobreviver ao inverno daqui. Talvez seja a atmosfera com a qual meu corpo não está acostumado, mas está do jeito que eu gosto. Desde quando consigo me lembrar, sempre tive paixão pelo inverno. É a estação do ano propícia para ficar dentro de casa de pijama e meias, só bebendo coisas quentes, sem ser questionado. Só o que eu não esperava era o alto risco de pneumonia. Vide o paracetamol.
Já fazia alguns anos que eu não via o interior de um hospital, mas após passar mal no meio do trabalho, meus superiores decidiram que estava na ora de ver um profissional. “Você já tomou algum medicamento?”, “Naldecon, Neosaldina, Paragripe, Ambroxmel...”. O médico tirou uma longa pausa e me deu um olhar sério, julgando mentalmente a lista farmacêutica que eu ditara. O que aconteceu foi que, logo no início quando era apenas um resfriado, saí recolhendo recomendações médicas de todos que encontrava, o que acabou resultando numa maçante dor de cabeça, quinze quilos de catarro e náusea.
Fim do dia; imprevistos superados, medicamentos comprados, tarefas cumpridas, e o nariz parece até menos congestionado do que antes. A dor de cabeça insuportável minimizou-se, e um estoque pessoal de remédios agora ocupa o último canto vazio que havia na mesa da cozinha, com direito a atestado, receita médica e bulas, muitas bulas. Apesar dos novos quatro medicamentos que devo tomar antes de dormir, ainda é minha estação favorita. Meu corpo pode estar desacostumado com o ambiente, mas a mente já se acomodou. E então, a parte ruim acabou. O resto é apenas névoa.
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