Eu juro que ouço essa palavra todo dia, e estou repetindo aqui de propósito. Simplesmente para ver se alguém também se dá conta disso. Na maioria daz vezes, é usada pra descrever uma sensação, um lugar, uma atitude, um pensamento, o tempo lá fora, enfim. Outras vezes, é o que uma pessoa espera atingir na esperança de não ser julgada por outros e sentir a comodidade de “se encaixar” na sociedade, e então perder tempo com outras coisas.
O que eu não entendo é essa busca sem sentido pela normalidade; que graça tem? Ser igual a todo mundo, fazer as mesmas coisas, sem nunca sair da rotina, só porque a televisão mostrou que aquela menina que dança “A Little Less Conversation” no corredor de casa tem síndrome de down. Eu faço a mesma coisa, quando o espírito do Barry White baixa aqui (you’re my first, my last, my everything, yeah baby), e consigo comer sem babar (exceção clássica: cachorro-quente), e andar na rua (grande parte do tempo) sem trombar em nada. Tio Raul já dizia que excercitava sua falta de normalidade tanto musicalmente quanto no dia-a-dia e, até quando estava fumando maconha até o Tico e o Teco desmaiarem, era chamado de gênio. E gritam pra ele tocar em qualquer show até hoje.
- Você, bom, você...
- Não sou como qualquer outro que você conhece?
- Mais ou menos. Você não é normal.
- Eu sei. E eu gosto.
Pode continuar fazendo tudo igual aí, enquanto eu me divirto com essa música tocando na minha cabeça.
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