Pular para o conteúdo principal

Se for só na sua cabeça

É fácil se perder quando se segue o coração o tempo todo. Num piscar de olhos, dá pra perder amigos, oportunidades únicas e até mesmo uma vida; basta esquecer que tem cérebro e deixar que seus batimentos cardíacos tome decisões por você. Isso só não se aplica à exceção clássica: amor. Não se escolhe a quem amar, até aí todo mundo sabe, mas o que o mundo cisma em impor é que é sim possível decidir por quem sofrer – para não dizer, que dá até pra não sofrer por ninguém.

Depois de inúmeras cartas de amor, lágrimas de arrependimento e pedidos de desculpas, a tendencia é de que o garoto ingênuo e apaixonado que existe dentro de cada homem morra pouco a pouco ao longo do caminho rumo à maturidade. Quando não passa de um garoto ingênuo dentro de um garoto mais ingênuo ainda, acaba demorando mais ainda. Mas acontece.

Acreditar no amor é algo que envolve tempo, imaginação fértil, castelos em cima de sonhos, coragem de admitir para o resto do mundo que você não vai pegar a garota bêbada da festa só porque ela está no estado “qualquer-dez-reais-me-leva”, e força para sobreviver a incorrespondências que eventualmente levam amizades a completos desastres. Só que como mudanças fazem parte da vida, esse tipo de força acaba se transformando em outra, aquela que nos ajuda a superar fatalidades de verdade e que nos leva a enfrentar o mundo real dia após dia.

E então, chega o momento em que você não encontra mais seus amigos por perto e tudo pelo que sonha ainda está há mil lágrimas de distância. Foi quando eu percebi que não sei usar meu coração. E se eu não sei usá-lo, como acreditar em algo cujo símbolo é ele?

Talvez eu encontre a pessoa dos meus sonhos, talvez não. Mas, por ora, cansei.

Mundo Real: 1 x Igor: 1.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os 5 estágios do Roacutan

            Olá. Meu nome é Igor Costa Moresca e eu não sou um alcoólatra. Muito pelo contrário, sou um apreciador, um namorador, um profissional em se tratando de bebidas. Sem preconceito, horário ou frescura com absolutamente nenhuma delas, acredito que existe sim o paraíso, e acredito que o harém particular que está reservado para mim certamente tem open bar. Já tive bebidas de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, assim como todas as ressacas que eram possíveis de se tirar delas. Mas todo esse amor, essa dedicação e essas dores de cabeça há muito deixaram de fazer parte do meu dia a dia, tudo por uma causa maior. Até mesmo maior do que churrascos de aniversário, camarotes com bebida liberada e brindes à meia noite depois de um dia difícil. Maior do que o meu gosto pelos drinques, coquetéis e chopes, eu optei por mergulhar de cabeça numa tentativa de aprimorar a mim mesmo, em vês de continuar me afogando na mesmisse da minha mela...

A girafa e o chacal

Melhor do que os ensinamentos propostos por pensadores contemporâneos são as metáforas que eles usam para garantir que o que querem dizer seja mesmo absorvido. Não é à toa que, ao conceituar a importância da empatia dentro dos processos de comunicação não violenta, Marshall Rosenberg destacou as figuras da girafa e do chacal . Somos animais com tendências ambivalentes – logo, nada mais coerente do que sermos tratados como tal.  De acordo com Marshall, as girafas possuem o maior coração entre todos os mamíferos terrestre. O tamanho faz jus à sua força, superior 43 vezes a de um ser humano, necessária para bombear sangue por toda a extensão do seu pescoço até a cabeça. Como se sua visão privilegiada do horizonte não fosse evidente o suficiente, o animal é duplamente abençoado pela figura de linguagem: seu olhar é tão profundo quanto seus sentimentos.  Enquanto isso, o chacal opera primordialmente pelos impulsos violentos, julgando constantemente cada aspecto do ambiente ...

Wile E.: o gênio, o mito, o coiote

Aí todo mundo no Facebook mudou o avatar para a imagem de algum desenho e eu não consegui achar mais ninguém, mas depois de um tempo eu resolvi brincar também. O clima de celebração do dia das crianças invadiu as redes sociais de tal maneira que todos nós acabamos tendo vários flashbacks com os desenhos de nossos colegas, dos programas que costumávamos assistir anos atrás quando éramos crianças e decorar o nome dos 150 pokemons era nosso único dever. E para ficar mais interativo, cada um mudou a imagem para um desenho com qual mais se identifica, e quando a minha vez chegou, não tive dúvidas para escolher nenhum outro senão meu ídolo de ontem, de hoje, e de sempre: o senhor Wile E. Coiote. Criado em 1948 como mais um integrante da família Looney Tunes, Wile foi imortalizado pelo apelido e pela fama de fracassado em sua meta de vida: pegar o Papa Léguas. Através de seu suposto intelecto superior e um acesso ilimitado ao arsenal de arapucas fornecidas pela companhia ACME, Wile tento...