Pular para o conteúdo principal

O que acontece aos corações partidos

É a mesma sensação de sempre. Você não consegue abrir mão, não consegue se despedir, e a cada instante que se passa quando parte fica claro o quanto você amou. Os nomes mudam, os cenários se alternam, mas a essência é única. Quando se cultiva um amor que não vinga, de todas as emoções a perda é a mais gritante. De repente, você se sente sem coração, e morre. E morre um pouco mais a cada dia que cultiva a dor. Porque a dor é a única maneira que restou de se conectar com a pessoa que você amou, já que ela se foi.

Mas o que acontece com aqueles que amam tanto a ponto de depositar todas as suas esperanças de serem felizes em outra pessoa que não demonstra a reciprocidade pela qual rezavam? É a mais irresistível ilusão, recheada com a maior de todas as dores que uma pessoa pode ter; projetar seus sonhos em alguém que não sente o mesmo, apenas para ser confrontado com o momento da verdade. O momento em que se descobre como estava gritando para o mundo que estava apaixonado, sozinho. Um amor que nasceu em você, cresceu em você, e morreu na entrega.

Imagine ter tanto amor assim, capaz de distribuí-lo sem medo ou culpa para todas aquelas que pareciam ser sua alma-gêmea, e continuar andando com a cabeça erguida desilusão após desilusão. Uma dor no coração após a outra, que no fim serve para fortalecê-lo ainda mais. Ninguém sabe como curar um coração partido, mas o mundo nunca parou de girar por causa de um e essa é a peculiaridade da vida. E quando um coração partido finalmente se recupera, você descobre exatamente o quanto se é forte. E o quanto o amor que vive em você é real.

Quando dói a ponto de morrer, você sobrevive.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Os 5 estágios do Roacutan

            Olá. Meu nome é Igor Costa Moresca e eu não sou um alcoólatra. Muito pelo contrário, sou um apreciador, um namorador, um profissional em se tratando de bebidas. Sem preconceito, horário ou frescura com absolutamente nenhuma delas, acredito que existe sim o paraíso, e acredito que o harém particular que está reservado para mim certamente tem open bar. Já tive bebidas de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, assim como todas as ressacas que eram possíveis de se tirar delas. Mas todo esse amor, essa dedicação e essas dores de cabeça há muito deixaram de fazer parte do meu dia a dia, tudo por uma causa maior. Até mesmo maior do que churrascos de aniversário, camarotes com bebida liberada e brindes à meia noite depois de um dia difícil. Maior do que o meu gosto pelos drinques, coquetéis e chopes, eu optei por mergulhar de cabeça numa tentativa de aprimorar a mim mesmo, em vês de continuar me afogando na mesmisse da minha mela...

A girafa e o chacal

Melhor do que os ensinamentos propostos por pensadores contemporâneos são as metáforas que eles usam para garantir que o que querem dizer seja mesmo absorvido. Não é à toa que, ao conceituar a importância da empatia dentro dos processos de comunicação não violenta, Marshall Rosenberg destacou as figuras da girafa e do chacal . Somos animais com tendências ambivalentes – logo, nada mais coerente do que sermos tratados como tal.  De acordo com Marshall, as girafas possuem o maior coração entre todos os mamíferos terrestre. O tamanho faz jus à sua força, superior 43 vezes a de um ser humano, necessária para bombear sangue por toda a extensão do seu pescoço até a cabeça. Como se sua visão privilegiada do horizonte não fosse evidente o suficiente, o animal é duplamente abençoado pela figura de linguagem: seu olhar é tão profundo quanto seus sentimentos.  Enquanto isso, o chacal opera primordialmente pelos impulsos violentos, julgando constantemente cada aspecto do ambiente ...

Wile E.: o gênio, o mito, o coiote

Aí todo mundo no Facebook mudou o avatar para a imagem de algum desenho e eu não consegui achar mais ninguém, mas depois de um tempo eu resolvi brincar também. O clima de celebração do dia das crianças invadiu as redes sociais de tal maneira que todos nós acabamos tendo vários flashbacks com os desenhos de nossos colegas, dos programas que costumávamos assistir anos atrás quando éramos crianças e decorar o nome dos 150 pokemons era nosso único dever. E para ficar mais interativo, cada um mudou a imagem para um desenho com qual mais se identifica, e quando a minha vez chegou, não tive dúvidas para escolher nenhum outro senão meu ídolo de ontem, de hoje, e de sempre: o senhor Wile E. Coiote. Criado em 1948 como mais um integrante da família Looney Tunes, Wile foi imortalizado pelo apelido e pela fama de fracassado em sua meta de vida: pegar o Papa Léguas. Através de seu suposto intelecto superior e um acesso ilimitado ao arsenal de arapucas fornecidas pela companhia ACME, Wile tento...