O que faz uma pessoa ser o que ele ou ela é? As coisas que gosta e desgosta, os lugares que visitou, as pessoas que conheceu, os amores que teve, as saudades que sente, as lágrimas que derramou, os sorrisos que estampou no rosto... Agora, quando a vida traz essas mudanças que ninguém consegue impedir, como uma pessoa mantém o que ele ou ela é? Quando o cotidiano lentamente toma conta de pequenos fragmentos e obriga atitudes novas, o que fazer para continuar sendo... si mesmo? Não sei, mas lá se foi um ano e ainda estou aqui.
A neurose aprofundou-se e eventualmente criou uma personalidade que estava ali e ninguém tinha visto bem - nem o próprio dono - , as frases de efeito tornaram-se mais afiadas, e a vida... a vida não é como antes. É tudo real agora, e às vezes é difícil. Às vezes dá vontade de fugir, de fingir que não é comigo, de sair por aí e andar reto, ouvindo música, sem olhar pra trás, e ir até aonde der. E foi o que eu fiz pra não enlouquecer de vez, ou pra não me submeter á teoria infame de que as melhores pessoas são as mais equilibradas. Equilíbrio é superestimado. E quando tudo isso pesa demais, ajuda mentir pra mim mesmo e pensar que felicidade é superestimada também. Só até eu a encontrar.
E então, eu ainda sou eu. Sobrevivi á frieza e a agitação de uma cidade nova e sorrio frente aos relances de uma nova vida que eu comecei a construir e que só agora parece tomar forma. E de quebra, tirei uma trilha sonora de tudo isso:
01. What I Did For Love - "A Chorus Line" Original Soundtrack
02. The Wasteland - Elton John
03. Reason to Believe - Rod Stewart
04. For Once in My Life - Vonda Shepard
05. Hush Hush (I Will Survive) - The Pussycat Dolls
06. Love is Alive - Anastacia & Vonda Shepard
07. Will You Still Love Me Tomorrow - Amy Winehouse
08. So Very Hard to Go - Tower of Power
09. Every Breath You Take - Robert Downey, Jr. & Sting
10. You're Still You - Josh Groban
11. Lead the Way - Mariah Carey
12. You're My First, My Last, My Everything - Barry White
Tirando o aparente péssimo gosto musical, acho que esse será mesmo um bom ano. Nada de repetir os mesmos erros; me comprometi seriamente a novos desastres. Afinal, depois de tudo, eu ainda sou eu.
Achei muito criativo a forma que vc mescla uma literatura suave e corriqueira com musicas, elas muitas vezes tem um papel essencial em nossos cotidianos mas nem todos prestam a atenção devida naquela musica de fundo.
ResponderExcluirParabéns.