Eu senti no meu coração, ao mesmo tempo que passou um carro do outro lado da rua tocando "Bad Romance" enquanto eu andava para casa. Logo eu, que esperava não me apaixonar mais, nem por você. Eu senti que te encontrei. Você, cuja qual eu só possuia uma vaga noção de como seria sua aparência, sua voz, os momentos que teriamos juntos, o jeito que você faria eu me sentir... até então. E ao perceber mais profundamente o jeito que a vida te tratou e as sequelas que restaram, a confirmação veio através do seu olhar perdido, sem saber se estava indo ou voltando, e de como eu me vi refletido ali. Eu percebi como você havia se ferido, como você também havia morrido por dentro, e como você não só perdeu seu coração - você abriu mão dele assim como eu, na certeza de que despertou de uma ilusão há muito tempo cultivada e que caiu na certeza de que não precisaria mais dele. Como se aquele amor, aquela pessoa, você, eu, não existissem. E que nunca nos conheceriamos nesse mundo; afinal, as pessoas dos nossos sonhos existem apenas nos nossos sonhos. E de volta ao mundo real, deveriamos nos contentar com aqueles que chegam perto do que queremos - claro, quando chegamos a nos encontrar com a mesma pessoa mais de uma vez.
E na maior das ironias, eu senti que é você. Assim como eu vi que você sentiu que era eu. Justo agora, quando ambos estão recolhendo os pedaços de um coração partido sem esperança de que um dia poderia vê-lo reunido de novo. Amando de novo. Justo agora, que fomos levados a acreditar que não existíamos. Que era tudo uma ilusão. Ou, então, apenas um romance ruim.
Mas apesar de tudo, eu acho que me apaixonei de novo por você.
Música de Hoje: The One – Elton John.
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