Antes de completar 18 anos, eu não estava ansioso para beber em público ou com medo de eventualmente ser preso. Em vês disso, eu fiquei com medo de morrer. De deixar esta vida incompleta, com todos os meus sonhos inacabados e com minhas vontades sendo enterradas comigo. Mas pior do que ir embora com meus desejos em aberto, seria ir embora sem me despedir das pessoas que eu amo - pessoas que tornaram o amor que existia em mim em algo real. Inclusive aquelas para quem não pude dizer "adeus" enquanto estava consciente, acreditando que seria menos doloroso. Imagine, o que poderia ser mais doloroso do que nunca mais poder dizer adeus? Ou, nunca mais poder dizer, "eu te amo".
Eu não sei como vou morrer ou quando vai acontecer, e ainda sim tenho medo. Porque, diferente da minha crença surreal de que existe amor nesta vida e que sou digno de um dia conhecê-la, o fim é algo certo. Minha existência é finita, meu tempo é contado, minha vida tem um prazo. E só de imaginar que isto pode acabar de uma hora para outra me deixa... assim.
E como seria o mundo depois que eu me fosse? Seria melhor, ou não faria diferença? Talvez para aqueles que me vêem como algo importante, enquanto eu - ainda respirando - não conseguia me enxergar como sendo tão insubstituível. Muito menos, dar o valor merecido a essas pessoas. Pessoas resposáveis por manter meu coração batendo, por me manter vivo até então. E toda vez que outro se vai, além da angústia que vem por se deparar com o fim de alguém, fica a pergunta que me assombra; serei eu o próximo?
O que mais me assusta nesta vida, pior de toda a hipocrisia e desdém que move o mundo, é a idéia de morrer sem saber antes o que é o amor, o que é ser feliz, e o que é arriscar para descobrir uma vida mais plena do que jamais conheci. Ainda espero ser forte o bastante para sentir uma fração de felicidade antes que meu tempo se esgote, e te encontrar ainda nesta vida. Daqui até a eternidade, porque eu não descansaria em paz sem você. Até amanhã.
Música de Hoje: Advertising Space - Robbie Williams
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