O que aconteceu com o tempo em que ser verdadeiro tinha valor? As pessoas mentem, fofocam, cochicham, articulam, manipulam, apunhalam pelas costas e ainda se fazem de desentendidas quando suas máscaras caem. Qual é a grande dificuldade em simplesmente ser o que é, ao em vez de falsificar uma identidade, e consequentemente falsificar relacionamentos?
Somos criados com base de que devemos sempre contar a verdade, que mentir é errado, e que seja lá qual for o problema, não compensa carregar uma consciência pesada. Mas ao amadurecermos e entrarmos em contato com o mundo real, mentir e fingir perdem sua pejoratividade e tornam-se armas de sobreviência, para combater o que falam de nós, o que pensam de nós, até mesmo quando quem lança as granadas mal conhece seu próprio nariz. Sobreviver no mundo real tem seu preço, e pode custar caro ter de abrir mão de quem você realmente é, para fazer jus ao que você pensa que os outros pensam de você, e para segurar-se na sua velha opinião formada sobre tudo e todos.
Aprendemos que a verdade dói, e fazemos de tudo para mantê-la escondida. Aprendemos que quem realmente somos pode não agradar, então colocamos nossas máscaras antes de sair de casa para tornar mais fácil lidar com os outros - e conosco, a medida em que lá fora não há rede de segurança. Mas por mais que a verdade machuque, chegamos ao ponto em que existem coisas que, independente da validade, jamais devem ser ditas? É melhor fingir do que ficar sozinho?
Por sorte, algumas pessoas ainda possuem o dom de reconhecer a alma umas das outras, e em um mundo mergulhado em escuridão, é possível acender a luz da compaixão. Seja você mesmo, e diga as coisas como realmente são, não como você acha ou gostaria que fosse. A verdade é terrível, mas é melhor do que continuar no escuro.
Música de Hoje: Tell It Like It Is – Aaron Neville.
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