São as coisas constrangedoras, irracionais e idiotas que fazemos que definem quem somos. Jung já dizia que existem duas “personas” em cada pessoa; uma para o convívio social e outra para quando estamos sozinhos. Dizem também que a “persona” de quando estamos sozinhos é a parte mais pura de nossa existência; em outras palavras, é o verdadeiro você. Com todas as imperfeições, manias, neuroses, segredos, esperanças, sonhos e fantasias que mantemos escondidos do mundo real – e da “persona” que projetamos lá fora. Não por falsidade, mas para manter estes mundos separados pelo bem das convenções sociais, e a nossa saúde mental. Sem sermos julgados – ou acharmos que estamos sendo julgados – somos pessoas diferentes de quando estamos, digamos assim, em uma sala de cheia de outras “personas” (tão perdidas e lutando para sobreviver como nós), mas ainda existem pessoas capazes de nos enxergar como realmente somos – e mesmo assim ainda gostam de nós. É preciso coragem para expor nossa subjetividade no mundo, e encontrar nosso espaço meio a tantas crises que nós mesmos criamos, por medo do que pensarão de nós. Claro, temos amigos para nos espelharmos, porém por mais que conseguimos ver nossos modelos perfeitamente, em se tratando de nós mesmos será que conseguimos nos ver claramente?
Somos o meio-termo entre o que temos e o que queremos ser, e às vezes precisamos de outros que nos conhecem para nos lembrar de como somos especiais. E assim, eu guardei meus medos e receios e voltei a viver no mundo real, como uma pessoa real. Careca e tudo mais.
Ao som de: Got to Be Real – Cheryl Lynn.
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Não estou passando por uma fase estranha; eu realmente sou estranho, e melhor hoje por isso. Com menos medo de ficar sozinho, menos medo de não me encaixar… Eu não me encaixo; que bom!
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