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À procura da infelicidade

Isto não é sobre ser feliz ou não; é sobre não se sentir feliz por estar feliz, entende? De certa maneira eu não me sinto "certo" ao não acordar de manhã com alguma neurose latejando dentro de mim, ou sem a dor de carregar um coração partido em busca de sua alma-gêmea.

Quando tudo parece estabilizar, para mim é sinal de problema. Tudo menos ser normal, por favor. Não me sinto como eu mesmo sem agonias, sem crises existenciais, sem amores para recordar, e sem lágrimas. Não sou nada sem minhas lágrimas e aprendi a conviver com isto, mas e agora? O que é esta felicidade que baixou aqui e insiste em perpetuar-se? Não posso estar feliz se não estou com você... Posso? Devo? Estou?

Não é assim que eu sonhava em ser feliz; eu tinha um plano, um sonho, uma idealização de como seria e... É isso? Não pode ser. Não quero ser feliz se não for com você; não faz sentido. Tudo bem, eu sei; sou a última pessoa que deve reclamar sobre algo não fazer sentido, considerando que não vivo em torno de dar significado às minhas irracionalidades, mas nesse caso eu sei que você vai entender. Eu quero ser feliz com você, e não sozinho. Ou, quem sabe, eu me tornei tão acostumado com a infelicidade que me apeguei a ponto de renegar qualquer outro sentimento que não contenha lágrimas...

Talvez seja o medo do novo, de descobrir que existe vida além da agonia e êxtase, e de que a vida pode ser mais do que um drama constante. Seja lá o que for, no fim do dia eu ainda sinto a sua falta. E é isso o que importa.


Ao som de: This is It – Michael Jackson.

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