Claro que eu já pensei em dar um fim em tudo; em deixar este mundo frio para trás e aquietar as dores que já me matam de dentro pra fora, e de certo modo já me impediam de viver há muito tempo. Não se questiona mais se o mundo é um lugar bom e somos nós quem o destrói, e deixar a vida tão difícil como é na verdade é feito de cada um de nós. Ninguém pensa nisto quando o desespero bate; tudo o que queremos é paz e o resto é consequência, independente das consequências.
É algo horripilante de se pensar? Lógico que é. Agora, e quanto aos momentos em que estamos sozinhos e não podemos deixar de contemplar o vazio que nos cerca, os fantasmas que nos perseguem, e as feridas que não se fecham? Se temos o poder de viver conforme desejamos, também temos o poder de parar o mundo e descer desta louca viagem, com toda intenção de não voltar. Sem olhar para trás, um ato em falso poderia nos tirar daqui… Basta deixar a loucura e o desespero liderarem o próximo passo. Não discutimos isto com os outros, porque não entenderiam. Ou então, achamos que não entenderiam.
Ficamos cegos pela solidão e a agonia não pára de crescer; cada vez mais queremos que este sentimento vá embora, e que nosso coração pare de bater tão forte. Pensamentos sombrios que existem nos corações de todos nós e consomem nossas esperanças de um futuro melhor; nos tornamos obcecados por uma solução no presente, e nada parece satisfazer a não ser puxar o gatilho.
Todos nós temos momentos de desespero. Mas se os enfrentarmos de frente, é quando descobrimos exatamente o quão forte somos. E então acordamos, felizes com as esperanças que um novo dia nos traz. Está tudo bem; foi só mais um sonho ruim.
Ao som de: Is That All There Is? – Peggy Lee.
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