Abstinência é uma necessidade de muitos mas praticada por poucos, em grande parte por envolver virtudes muito fortes como paciência, auto-controle e força de vontade. Algumas pessoas quando abstêm-se de seus, digamos, vícios – ou são obrigadas a isto (o que é a maioria dos casos) – exibem comportamentos e efeitos colaterais bastante curiosos; depressão, raiva, paranóia, desespero, ansiedade, desorientação… Algumas pessoas até morrem por não satisfazerem suas vontades, sem perceberem que tornaram-se vícios, mas a abstinência por vontade própria é um excelente exercício – não só os vícios vem à tona, como testa a capacidade de privar-se de tal coisa. Dizem que nada demais faz bem, assim como ouço falar que, “para que serve uma coisa boa senão para ser levada ao excesso?” mas aí cai nas contradições que perseguem cada um de nós. Mas a abstinência como prova de resistência ainda sim é boa para descobrir exatamente o quanto somos dependentes de algo, e se somos capazes de viver sem.
E isto vale também para as pessoas em quem nos viciamos; até que ponto estamos vivendo juntos, ou será que eu não existo mais sem você?
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