Talvez eu me sinta desorientado por tudo isto, esses sorrisos que tomaram o lugar das lágrimas, porque isto significa que a chama se apagou. Não totalmente, mas a busca incansável, a tortura e a espera, a agonia e o êxtase, terminaram de queimar junto às minhas ilusões, agora apenas cinzas do que um dia foram grandes sonhos para um futuro incerto, tudo se foi. Aqui estou de pé no mundo real sem o que temer pois percebo que na verdade, mesmo nos meus momentos mais solitários, eu nunca estava sozinho.
É loucura ser pego de surpresa pelo contentamento? Havia conforto na procura pela felicidade, havia ansiedade, paixão, um motivo para acordar de manhã... Estou feliz, finalmente, sem mais. E deveria estar feliz por isto também, não deveria? É tudo muito novo para mim, esta calmaria, esta pessoa que não impede mais que outros se tornem parte dele, que se apresentem e conheçam seu coração que ainda bate forte no peito, e não deixou o que ainda havia de vida se espairecer no ar. O que sobra? O que farei agora? Viver e deixar viver? Quero que o amor venha e apliquei todas estas regras sobre como deveria vir... Sem considerar que poderia ter passado direto por mim, e eu não a deixei ficar; não me permiti conhecê-la. Afinal, o que eu realmente sei sobre amor ou a vida, com tão pouca existência ainda a ser explorada...
É preciso abrir mão de quem você foi para se tornar quem você será, e percebe que não é o passado que nos puxa para trás... Somos nós quem tinhamos medo de seguir adiante. Medo do desconhecido. Vou deixar a felicidade tomar conta, já que é o que eu sempre quis. Estou feliz, ponto. E não vou me entristecer por isto porque, apesar de tudo, continuo louco depois de todos esses anos. Estranho, não?
Ao som de: I Believe I Can Fly – R. Kelly.
Comentários
Postar um comentário