Eu não sou uma boa pessoa, mas sou honesto quanto à minha podridão; isto conta alguma coisa? Às vezes ficar feliz pelos outros é a coisa mais difícil que existe, como parabenizar ganhadores da loteria, ou conhecer a nova namorada do seu amigo.
Eu não sei ficar feliz pelos outros, é isso. Meu egocentrismo limita os fenômenos do universo ao meu umbigo e descarta o resto. Já senti contentamento por glórias alheias, mas são situações raras como presenciar um eclipse ou achar dinheiro na rua. Em dias menos felizes a felicidade alheia me irrita, e não diga que nunca sentiu o mesmo. Na maioria das vezes você pode olhar fundo nos olhos das pessoas, além dos sorrisos que estampam em seus rostos, e ver exatamente o que estão pensando: “Por que isso não aconteceu comigo?”
Isto não é problema agora; estou feliz, e aprendi a conviver com isso. O que eu não esperava eram os olhares afiados de inveja, mas a melhor maneira de combater este mal é dividindo sua felicidade com os outros. Porém, sempre lembrando-se de que não há nada mais desonesto do que um sorriso.
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