Crescer é inevitável; faz parte do ciclo da vida e, quando menos percebemos, amadurecemos, mudamos e nos revemos no espelho hoje tão diferentes de ontem que sequer sabemos como aconteceu. Às vezes mudamos por vontade própria (nossas atitudes, nossa casa, nossos amigos) assim como mudamos conforme o mundo nos empurra adiante (nossas roupas, nosso corte de cabelo), e às vezes somos mudados por outros de maneira tão profunda que, ao relembrar nosso jeito de antes, fica difícil nos reconhecer.
Nunca deixamos de evoluir, mas o que acontece quando atingimos nosso auge, com toda a sabedoria adquirida ao longo dos anos, e mesmo assim sentimos falta da inocência de antes? Ao rever os registros do nosso passado como fotos antigas que capturaram nossos sorrisos em uma época mais simples ou os lugares que frequentávamos, ou velhos amigos que sempre estiveram conosco, parece que precisamos cavar cada vez mais fundo para reencontrar o que fazia de nós, nós mesmos.
Anos atrás descobrimos o fogo e inventamos a roda; agora inventamos maneiras de brincar com o fogo enquanto rodamos por aí sem rumo. Talvez tenhamos mesmo atingido nosso auge, como a folhagem de Outono – antes das folhas cairem. Mas se sentimos necessidade de reescrever nossa história, evoluir foi mesmo o melhor para nós?
Ao som de: The Fear – Lily Allen.
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