Foi você quem me ensinou a não derramar lágrimas pelos outros, dizendo que ninguém as merecia. Você me ensinou a não me importar com o que os outros pensam de mim, uma vez que sequer pensam neles mesmos antes de julgar os outros. Me ensinou também a ser feliz com coisas pequenas como conversas à meia-noite e caminhadas sem rumo sob o luar. Mas algo que você sempre lutou para me ensinar foi como não estaria aqui para sempre, e eu me recusei a aprender. Me recusei a aceitar que esta felicidade um dia teria fim, mas teve. Você se foi, levou meu coração com você, enquanto eu fiquei para trás me sentindo quebrado e vazio.
E na sua ausência me senti forçado a colocar as coisas que você me ensinou em prática; comecei a lutar para ser feliz sem abrir mão de tudo o que acredito, a não me importar com o que os outros possam dizer sobre mim, e a não derramar lágrimas tão facilmente por pessoas que simplesmente não as merecem. Foi assim que lentamente deixei meu velho coração partido para trás, e o vazio logo tomou conta. Do amor não correspondido nasceu a indiferença, e a tristeza deu lugar ao sarcasmo, à ironia e ao descaso com os outros.
Guardei meu eu nas profundezas da minha dor onde ninguém nunca mais o conheceu e passei a sair de casa com uma armadura para me proteger até mesmo quando não estava sendo atacado, mas sempre se preparando para o pior, ou então, para o nada. Você roubou minha capacidade de acreditar, de ousar-me em fantasias que antes eram tão facilmente atraentes, e de me deixar levar em romances que significavam tudo para mim.
Você me matou; desculpe se não a convidei para o funeral. E além de julgar inocência até hoje, ainda gosta de visitar a cena do crime. Como você sente que estou quase conseguindo ser feliz sem você? E como você sabe a hora exata de aparecer e me impedir de te esquecer? Eu te amo, eu te odeio, eu sinto a sua falta, mas eu não posso mais te amar.
Em dias cinzas e menos felizes ainda me pego esperando por você; esperando que seja você quem está ligando ou que seja você quem está batendo na minha porta. E mesmo quando a chuva cessa lá fora, a tempestade permanece dentro de mim. Está frio lá fora mas dentro de mim está pior. Só que o céu sempre abre novamente, os pássaros voltam a cantar e o sol volta a brilhar mesmo sem você estar aqui. As noites sem dormir que passei pensando em você foram lentamente abrindo espaço para os sonhos que abri mão no dia depois da sua partida, enquanto estrelas cadentes tomaram os céus novamente. Felizmente estava com os olhos abertos o bastante para não deixá-las mais passar em vão, e a voltar ao caminho que me mostram para seguir.
De todas as coisas que você me ensinou a mais importante foi aprender a me amar mais, e apesar de todo o estrago e de todo o tempo que já se passou, você ainda mexe comigo como ninguém e me faz pensar que jamais serei feliz de novo como quando fui ao seu lado, mas eu me amo mais. A esperança de voltar a ser o que fui antes de você aparecer ainda está viva; eu mereço mais, e você também. Sinta-se satisfeita; aprendi a ser insensível apesar de todo o meu amor, e aprendi com a melhor.
Assim tive meu primeiro suspiro de volta à vida. Quem diria? Existe vida depois do amor.
Ao som de: Lead the Way – Marah Carrey.
é isso ai, existe vida depois do amor... e muitas, muitas estrelas cadentes =D
ResponderExcluireeei Igor, faça um pedido á elas... Sabe ás vezes domora... e você precisa de muita esperança. Mas quer saber? SEMPRE vale a pena!
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