Eu sempre achei que estar sozinho era o fim, que não havia nada pior do que estar entre quatro paredes com nada além dos seus próprios pensamentos e sem ninguém por perto para me confortar quando minhas lágrimas caissem. Pensava que a vida fosse feita para ser vivida a dois, que a felicidade só realmente começa quando você encontra alguém com quem pode compartilhá-la, e que tudo que a precede são apenas bons momentos – os melhores que você poderia ter, no auge da solidão.
Mas a vida sempre dá um jeito de nos mostrar como somos pequenos ao declarar algo ou alguém para sempre do mesmo modo, e o mesmo ocorre com tudo aquilo que juramos nunca fazer. Dizem que quando um homem amadurece a primeira mudança drástica que acontece é o esfriar do seu coração. Nos tornamos parte do mundo real, nos acostumamos com diversas convenções, e com isso morremos um pouco por dentro. E continuamos a morrer a cada dia em que abrimos mão de nossas paixões para optar pelo convencional, sem nunca nos lembrar de que este é por isto que algumas vezes já não nos reconhecemos mais quando nos vemos no espelho.
O que estou tentando dizer não é novidade; eu não fui feito para morar sozinho. Mas o que é assustadoramente novo é o fato de que quando me perguntam como é a sensação, eu digo que já não é tão ruim, e percebo meu eu se desfazer em silenciosa agonia a medida em que as palavras saem da minha boca. Não é tão ruim, mas costumava ser. A dor é o maior sinal de que estamos vivos, por isso é tão alarmante dizer que o coração já não sente como antes. Estou afogando em minhas próprias lágrimas, morrendo uma noite solitária após a outra, no desespero de estar só entre quatro paredes. Feche a porta quando sair; eu ainda estou aqui, sozinho. Mas pode voltar quando quiser.
Ao som de: On My Own – Glee.
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