A maioria das pessoas com as quais convivo diariamente não me conhecem, e vice-e-versa. E apesar de tudo que é dito sobre mim que eu já ouvi falar, na verdade não sou tão complicado, exceto pelas momentos de crises existenciais - até aconselho manter distância. Nessas horas até tenho certo receio em permitir que as pessoas se aproximem demais; "Igor, eu quero ser seu amigo" - "Ih, tem certeza? Eu dou trabalho...". Mas julgamos as pessoas mesmo sem saber muito sobre elas, a não ser pelo que parecem ser ou pelas coisas que fazem. Ultimamente eu tenho me apresentado para pessoas que conheci há tempos atrás, mas que nunca sequer havia trocado palavras. E talvez seja porque até então nossas reputações estivessem falando por nós, e para mim isto até parece perigoso; sou uma constante inconstante e nem tudo o que eu faço tem sentido.
Existem três coisas que eu não sei fazer: dançar, andar de bicicleta, e limpar a casa. E por mais incapaz que isto me faça parecer, nunca deixei me abalar tanto, porque fora isso eu sempre tive em mente que poderia aprender a fazer qualquer coisa desde as tarefas mais complicadas até as coisas que ninguém esperaria que eu fosse capaz. Foi assim que aprendi inglês sozinho, capacitei-me a caminhar longas distâncias em tempo moderado (contanto que o iPod tenha bateria o bastante para aguentar a jornada), e consigo até cantar se a música me serve ou me cativa o suficiente para que eu queira compartilhá-la com o mundo - na privacidade do meu chuveiro. Posso até ser o seu melhor amigo, ou então o amor da sua vida, se me der a chance.
Sempre tive uma grande paixão por provar que os outros estão errados ao meu respeito ao mostrar que existe mais do que este simples garoto engraçado aparenta ser, mas uma das minhas metas deste ano vai além disso; este ano eu decidi surpreender cada vez mais a mim mesmo com novas atitudes para descobrir exatamente até onde consigo chegar - e aí, ultrapassar estes limites com a mesma convicção e irreverência. Às vezes nos deixamos levar pelas primeiras impressões que temos das pessoas sem nunca pensar que talvez possamos estar errados. Se dissermos que ele parece não levar nada a sério, podemos concluir que ele é um irresponsável? Se notamos que ela age com muita extroversão, isto quer dizer que não há mais nada por trás?
É através das primeiras impressões que nascem as más reputações que damos às pessoas, e assim muitas vezes deixamos de conhecer aqueles que realmente existem por trás das aparências, das fofocas e do que achamos que sabemos deles. Mas assim como estamos aprendendo a viver dia após dia e cada vez mais nos surpreendendo com o que achávamos que sabiamos sobre nós mesmos, o mesmo vale para aqueles ao nosso redor que insistimos em fechar em conceitos que geralmente estão errados. Este é o problema em acreditar apenas no que ouvimos falar sobre as pessoas; às vezes são conceitos pequenos demais para contemplar um mundo de possibilidades. Então você não me conhece, e acho que eu também nunca realmente falei com você. Mas acho que existe mais em você do que você aparenta ser, e quanto a mim... Digamos que é pouco tempo para muito Igor.
A melhor parte de me permitir surpreender-me mais comigo mesmo foi deixar que pessoas que até então eu considerava como erradas ou diferentes demais se aproximassem de mim. E sabe de uma coisa? O que estava nos impedindo de conversar, éramos nós mesmos. Não somos tão diferentes assim; aliás, até estamos nos divertindo.
Ao som de: Need You Now - Lady Antebellum.
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