É um novo ano. Bom, 2º ano, na verdade. Era possível ver claramente quais eram os veteranos que voltavam das férias ansiosos para rever os amigos, para matar aulas no bar, ou apenas para continuar em busca do sonho de se tornarem psicólogos formados. Do mesmo modo, era possível ver quais eram os calouros; eram aqueles que andavam sozinhos, com cara de desorientados, que se perdiam pelos corredores, e que às vezes nem saiam da sala após encontrá-la, para não se perderem de novo. Todos ansiosos porém nervosos, felizes porém com medo, e com a sensação de estarem sozinhos mesmo no meio da multidão que formou a classe do 1º ano de 2011. E eu entendo perfeitamente; um ano atrás, eu era um deles.
Eu era um dos piores. Apesar de já estar em Cascavel há algum tempo, ainda sentia que não havia encontrado meu espaço, e muito menos pessoas em quem pudesse confiar para desbravar o caminho adiante. E lá estava eu; encolhido, sem querer chamar muito a atenção, tímido a ponto de mudar de cor quando a fala fosse dirigida a mim, e tão, mas tão perdido que ao procurar minha sala, acabei encontrando antes o corredor de Jornalismo. Ironia do destino, eu acho.
As coisas são diferentes agora; apesar de ainda me perder tanto dentro do campus como a mim mesmo às vezes, tenho meus amigos que estão sempre comigo para me direcionar, me aconselhar, ou apenas para matar tempo quando a aula estiver muito chata. Aliás, direcionamos um ao outro a medida em que precisamos; apesar de veteranos, ainda somos humanos - sempre propensos a momentos de dúvida e fraqueza.
Com a primeira semana chegando ao fim, eu percebo exatamente o quanto um ano pode fazer a diferença na vida de uma pessoa. Mesmo quando as coisas parecerem perdidas, uma virada do destino pode te levar a um lugar inesperado - e nos transformar de modo que jamais pensávamos que poderiamos ser. De repente eu percebi que não estávamos tão preocupados em acolher os calouros; estamos num processo de nos reapresentarmos a nós mesmos, para nós mesmos. O que mudou? Como mudou? Quem ainda está ao nosso lado? E aquilo que deixamos para trás, ficou mesmo para trás? Algumas dessas perguntas sequer tem respostas, porque é um novo ano e ainda temos uma longa jornada pela frente. Imagine o quanto ainda temos para aprender; seja sobre os calouros, seja sobre nós mesmos. Olá, de novo.
Ao som de: ...Baby One More Time - Britney Spears.
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