Alguns amigos dizem que eu falo demais, penso demais nas coisas, e sinto demais a ponto de nunca fazer nada e me contentar apenas com sonhos, fantasias e esperanças silenciosas para o amanhã. Mas ultimamente, apesar de ainda sentir demais, o que sinto agora continua sendo a incerteza sobre aquela velha pergunta; as coisas estão melhorando? Eu ainda não sei dizer que rumo estou tomando ou aonde isto irá parar, mas algumas coisas que eu costumava carregar comigo, bom, estou sentindo falta delas enquanto continuo seguindo adiante, como tudo aquilo sobre o amor e o amanhã.
Dizia que quando um homem abre mão de seus sonhos ele começa a morrer, lentamente e aos poucos a medida que vai apenas se deixando levar pelo tempo, logo os dias parecem ser todos iguais e nada mais o surpreende - afinal, desistiu de ser surpreendido por alguma coisa do mundo lá fora. Dizia que mal podia esperar para te encontrar, te conhecer finalmente, e passar o resto das minhas noites ao seu lado, e começar os dias com o seu sorriso e o seu beijo. Dizia que jamais iria deixar de acreditar, porque por mais que tentasse, era algo mais forte do que minha mera vontade de sucumbir à fraqueza quando o mundo real desaba uma avalanche sobre mim, e me faz pensar que talvez a vida seria melhor, ou no mínimo mais fácil, se eu apenas me conformasse com menos e me esforçasse mais para me encaixar ao que parece mais conveniente, em vez de tentar alcançar o impossível. Bom, ninguém me disse que era impossível, por isso eu tentei.
Mas e quando o seu melhor não é bom o bastante? Eu tenho a vontade de chorar, a agonia e o êxtase na alma, e a sensação no coração de que algo está faltando, mas não tenho as lágrimas. Imagino que seria mais feliz se não falasse tanto, pensasse tanto, sentisse tanto essas coisas do mundo no coração e na alma. Mas aceitar que esse amor que dizem ser impossível não passa de uma ilusão, e que tudo realmente se resume à sexo, contas de banco conjuntas, e gostar dos mesmos filmes, não me convence. Estou louco? Quando duas pessoas se envolvem e permitem conhecer a intimidade um do outro, com total vulnerabilidade e confiança, não deveriam estar apaixonadas? Não, não acho que esteje louco, mas acho que terei que guardar segredo sobre isto.
Sou o que sou e, como o próprio tempo já provou, nada vai me fazer deixar de acreditar. A verdade é que não estou ficando mais jovem e esta jornada um dia vai terminar; tudo o que posso esperar é que não esteja sozinho no fim. Só que ao olhar para trás, e lembrar de todas as coisas que já disse, as fantasias que pensei, e os amores que senti, eu percebo que nem nunca estive, nem nunca realmente estarei sozinho. Então existem coisas que eu ainda não conheço, coisas que não sei fazer ou que ainda não tentei, mas quando minha jornada chegar ao fim haverá duas coisas pelas quais espero ser lembrado; apesar de tudo, ele tinha um coração como nenhum outro, e não era nada senão uma alma inquieta, inconstante, e desgraçadamente esperançosa pelo que o amanhã iria lhe trazer. Sabia que sua felicidade estava há cem lágrimas de distância e seguiu em frente em busca do amor, com coração e alma.
Ao som de: One Hundred Tears Away – Vonda Shepard.
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