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Fugindo de Cascavel

Cascavel. Fria, tempestuosa, cinza. Ou era só eu? Depois de fechar a porta para o amor, meus amigos e quaisquer expectativas de que as coisas poderiam melhorar, acidentalmente deixei que diagnósticos, antibióticos e decepções amorosas me fizessem ficar em casa para me previnir contra quaisquer outras surpresas que a vida poderia lançar em minha direção. Eu achei que nada mais poderia me surpreender, até que em uma típica quarta-feira ensolarada, eu tive a minha resposta.

Caminhando com um olhar perdido, desinteressado e levemente alheio às pessoas ao meu redor, eu me arrastei pela avenida à trabalho até um banco para pagar uma conta, mas mesmo com os fones de ouvido ao máximo para abafar meus pensamentos, algo aconteceu que fez com que eu parasse de prestar atenção à música; uma atendente bonitinha fixou seu olhar em mim, e parecia intrigada. Achei que só podia ser minha imaginação, até que ela se fez presente ao passar por minha direção três ou quatro vezes, até chegar a minha vez de ser atendido e ficar frente a frente com ela.

Mas ao me aproximar do caixa, algo aconteceu: por mais atraente que ela parecia ser, eu não estava interessado. Saí do banco me sentindo bem por tê-la atraído mas a sensação me fez perceber que, pela primeira vez em muito tempo, eu não estava mas loucamente à procura de um amor ou um relacionamento; tudo o que eu precisava era ficar sozinho por um tempo, e reencontrar minha paz. Ao me deparar sem grandes amores, eu decidi que precisava voltar às minhas raízes, ao básico das minhas crenças se quisesse voltar a acreditar novamente, mas isto não era algo que eu encontraria em Cascavel, tão próximo dos meus últimos erros.

Eu teria que ir para longe, ou melhor, teria que voltar para casa, para o meu primeiro grande amor: a cidade de Londrina. Afinal, pessoas entram e saem da sua vida, relacionamentos terminam e nossas crenças podem mudar, mas nosso coração sempre precisa dar um jeito de voltar à ativa e permitir-se que ainda é possível acreditar que amor, amor mesmo, está por aí para ser encontrado. Mas antes disso, eu preciso voltar a acreditar em mim, e não há lugar melhor para reaprender a fazer isso do que naquele com as pessoas que me mostraram que isto era possível.

Não posso fugir do meu passado ou dos meus problemas, mas em se tratando dos últimos seis meses e para obter fôlego para viver os próximos seis que virão, esta definitivamente é a hora de tirar umas férias.

***

Trilha sonora de Junho (2011)

Volume I

01. Rhapsody in Blue – George Gershwin

02. As Long As You’re There – Glee

03. The Story – Brandi Carlile

04. The Sweet Escape – Gwen Stefani

05. 6 Months – Hey Monday

06. The Wasteland – Elton John

07. Rose’s Turn – Bernadette Peters

08. Songbird – Fleetwood Mac

09. Rehab – Amy Winehouse

10. Tears Dry On Their Own – Amy Winehouse

11. Learning to Breathe – Switchfoot

12. I’m Outta Love – Anastacia

13. All By Myself – Celine Dion

Bonus Track: You Lost Me – Christina Aguilera

Volume II

01. Do Your Thing – Basement Jaxx

02. Empty Apartment – Yellowcard

03. Go Your Own Way – Fleetwood Mac

04. Start All Over – Miley Cyrus

05. The Only Love I Had – Venice

06. Love for Real – Everlast

07. By Your Side – Sade

08. Point of View – DB Boulevard

09. There Goes the Fear – Doves

10. Winter Wonderland – Macy Gray

11. Is This It – The Strokes

12. Alone Again (Naturally) – Gilbert o’Sullivan

13. Are You Gonna Go My Way – Lenny Kravitz

Bonus Track: Rolling in the Deep - Adele

Comentários

  1. Amei esse texto, definitivamente é o meu preferido dos textos que vc escreveu recentemente. Simples e eficaz. Adorei ;*

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