Quando eu já estava começando a esquecer de sentir a sua falta, você reaparece e se faz presente em meus pensamentos de novo. Só que dessa vez você não veio sozinha; pensar em você não me fez relembrar os maus momentos que tive perto do fim, mas sim da última vez que nos falamos e de como eu já sabia que seria a última vez. Talvez tenha sido um pouco frio da minha parte ir embora e deixar você no escuro, só para se chocar quando acendeu a luz e não me encontrou mais. Me fez pensar que eu deveria voltar a trás e tentar fazer a coisa certa ou ao menos não menosprezar tanto o tempo que passamos juntos. E me fez chorar também por pensar que talvez já seja tarde demais. Mas o que realmente me surpreendeu foi descobrir que insistir em não tentar alcançá-la de novo não era uma questão de orgulho; era medo.
Eu poderia pedir que você voltasse a fazer parte do meu mundo e vice-e-versa, mas de que adiantaria? Maior do que a minha saudade é o medo de que nada mude caso você e eu tentássemos ser "nós" de novo, e eu acho que já machucamos um ao outro o bastante para aprender que foi bom enquanto durou e talvez estivéssemos mesmo destinados a nos encontrar, mas de algum modo "nós" morremos antes mesmo de nos tornar algo real. Não vou mentir e dizer que não sinto a sua falta, mas não sei se a ausência que pesa em mim é da pessoa que eu pensei que você fosse, ou da pessoa que eu esperava que você se tornaria ao longo do tempo.
Mas você é limitada, até mais do que eu, e não há nada que eu possa fazer enquanto você insistir em não lutar contra seus próprios limites, certa de que isto é tudo que você poderá realizar para si mesma. Definitivamente não é apenas distância que agora existe entre nós; há um punhado de sentimentos que se esparramaram pelo chão quando eu fui embora e bati a porta e a deixei para trás para que encontrasse o sentido que quisesse em tudo isso, se é que faz sentido. A verdade é que se eu não me distanciasse de você agora, só causaria uma dor maior mais adiante ou pior; a distância entre nós se criaria sozinha a ponto de que nem pudéssemos mais nos lembrar dos bons tempos.
Se um dia me esquecer, ao menos tente não cometer o mesmo erro que eu; não confunda felicidade com conforto, ou amor com qualquer outra coisa que não te faça ter certeza que a outra pessoa também sente o mesmo. E o que eu senti por você - aliás, o que ainda vive em mim quando seu rosto me vem em mente - sempre foi muito maior do que o afeto que você dizia ter por mim. Isto é, a não ser que minha ausência tenha causado mais efeito em seu coração que eu e você esperávamos. Eu poderia escrever mil canções só pra você, e ainda ter palavras de sobra para te dar, mas agora preciso me calar e tentar guardar tudo isso só para mim. E os planos impossíveis que fazia para nós agora mudaram de foco; antes eu corria para você, e agora corro de você.
Quanto mais distante, melhor, mesmo que você ainda consiga me enxergar. Para mim não faz diferença; eu nunca a vi claramente mesmo. Mas de longe parece que vejo muito mais do que eu esperava, e só me faz pensar que continuar longe vale mais a pena do que curar minha saudade. Eu venci meu medo, agora só falta meu coração parar de chamar seu nome.
Ao som de: California King Bed - Rihanna.
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