Talvez seja porque eu peguei essa mania do meu pai, que tem o espírito de administrador desde que eu o conheço por gente e não só por progenitor. Eu me lembro bem daqueles rituais burocráticos a cada fim de mês, pouco antes de fechar a loja e apagar todas as luzes, quando ele se colocava a postos para imprimir bobinas inteiras de relatórios antes de conceder aquele determinado mês encerrado, e para dar início a um novo período de vendas. E eu me lembro de sofrer lenta e dolorosamente durante esse ritual, porque nunca realmente parei para pensar no porquê de todo aquele cuidado, e daqueles relatórios. Até que eventualmente, ao longo de um novo mês, ele dava um jeito de me contar que estávamos crescendo – em porcentual é claro, porque a curva da evolução da minha maturidade emocional para mim sempre parecerá equivalente aos batimentos cardíacos de um sujeito em coma: constante, porém arrítmico. E foi pensando nisso que eu saí do trabalho hoje; sobre como aquele nosso r...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca