Relembrar é procrastinar. Ao menos é assim que eu vejo a oportunidade de atualizar o Instagram nas quintas-feiras com a melhor foto antiga que eu consiga achar, justificando a repostagem pela hashtag “#tbt”. Claro, houve um tempo em que eu costumava acreditar exatamente no contrário – “relembrar é viver”. Ironicamente, o próprio tempo tende a demonstrar o quão objetivo você precisa aprender a ser, em se tratando dele mesmo.
Por exemplo, quem ainda acha que “relembrar é viver” definitivamente não precisou esboçar uma lista de convidados para o seu próprio casamento.
Entre milhares de dicas sugeridas por blogs, sites, cerimonialistas e outros colegas que já passaram pelo verdadeiro batismo de fogo da organização de núpcias, uma das mais recorrentes parece ser também a mais viável. Isto é, em se tratando de jovens casais ansiosos pelo grande dia, mas igualmente atentos à vida pós-festa. Relembrar dos bons tempos e das companhias com as quais você compartilhou momentos especiais é bom, mas tudo – da nossa própria vida à nostalgia pelas dos outros – tem limite.
A regra é clara: só convide para o seu casamento as pessoas que foram essenciais para a vida do casal. A temporalidade do afeto é resultado da distinção entre familiares e parentes, e amigos vs. colegas, divididos pelo ano que antecede a cerimônia.
Onde você estava quando ela e eu tivemos dúvidas, medos, inseguranças que precisavam ser remediadas. Quando pensávamos que não iríamos conseguir superar um obstáculo? Ou você só estava lá para os momentos bons – as comemorações, as mesas de bar e os jantares esporádicos de aniversário. Festividades são efêmeras. Agora, cortesias do tipo “como ela está?” ou “vocês estão precisando de alguma ajuda?”, entre conversas do dia a dia, são o que ficam.
Quem me conhece, sabe que jamais faria algo norteado por um senso distorcido de obrigação. “Você precisa convidar Tia Ciclana!”. Quer dizer, a Tia Ciclana com quem não falo há anos? “Vai chamar o Beltraninho, né?”. O mesmo Beltraninho que virou as costas quando perdi o emprego e não tive mais orçamento para sair nos finais de semana?
No final das contas, literalmente, ao orçar as alegrias e dividendos de um casamento, os únicos #tbts a serem mantidos serão às quintas-feiras, pós-festa, via Instagram. Algumas pessoas, no entanto, parecem ser mais recalques do que lembranças. Mas prometo deixar meu perfil desbloqueado, para receber a sua curtida. Não que isso importe, mas é um mimo a mais em homenagem à noiva, que se tornou inesquecível pra mim desde o primeiro encontro.
Se você não sabe como a história começou, também não será convidado para presenciar o auge. Relembrar, como via de regra, invariavelmente inclui os descasos – agora multiplicados por dois.
#tbt
Por exemplo, quem ainda acha que “relembrar é viver” definitivamente não precisou esboçar uma lista de convidados para o seu próprio casamento.
Entre milhares de dicas sugeridas por blogs, sites, cerimonialistas e outros colegas que já passaram pelo verdadeiro batismo de fogo da organização de núpcias, uma das mais recorrentes parece ser também a mais viável. Isto é, em se tratando de jovens casais ansiosos pelo grande dia, mas igualmente atentos à vida pós-festa. Relembrar dos bons tempos e das companhias com as quais você compartilhou momentos especiais é bom, mas tudo – da nossa própria vida à nostalgia pelas dos outros – tem limite.
A regra é clara: só convide para o seu casamento as pessoas que foram essenciais para a vida do casal. A temporalidade do afeto é resultado da distinção entre familiares e parentes, e amigos vs. colegas, divididos pelo ano que antecede a cerimônia.
Onde você estava quando ela e eu tivemos dúvidas, medos, inseguranças que precisavam ser remediadas. Quando pensávamos que não iríamos conseguir superar um obstáculo? Ou você só estava lá para os momentos bons – as comemorações, as mesas de bar e os jantares esporádicos de aniversário. Festividades são efêmeras. Agora, cortesias do tipo “como ela está?” ou “vocês estão precisando de alguma ajuda?”, entre conversas do dia a dia, são o que ficam.
Quem me conhece, sabe que jamais faria algo norteado por um senso distorcido de obrigação. “Você precisa convidar Tia Ciclana!”. Quer dizer, a Tia Ciclana com quem não falo há anos? “Vai chamar o Beltraninho, né?”. O mesmo Beltraninho que virou as costas quando perdi o emprego e não tive mais orçamento para sair nos finais de semana?
No final das contas, literalmente, ao orçar as alegrias e dividendos de um casamento, os únicos #tbts a serem mantidos serão às quintas-feiras, pós-festa, via Instagram. Algumas pessoas, no entanto, parecem ser mais recalques do que lembranças. Mas prometo deixar meu perfil desbloqueado, para receber a sua curtida. Não que isso importe, mas é um mimo a mais em homenagem à noiva, que se tornou inesquecível pra mim desde o primeiro encontro.
Se você não sabe como a história começou, também não será convidado para presenciar o auge. Relembrar, como via de regra, invariavelmente inclui os descasos – agora multiplicados por dois.
#tbt
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