Minhas aulas começaram há três semanas, e o motivo de ainda não ter comentado sobre elas é porque desta vez eu realmente estou prestando atenção no que dizem na sala de aula em vês de me esconder dentro do caderno como eu fiz da última vez. Quando eu decidi abrir mão do Jornalismo por aguardar durante sete meses de puro ócio - em teoria - até que a classe de Psicologia de 2010 se formasse, ninguém foi a favor. Geralmente, decidir algo sozinho sem apoio externo é o que me motiva a levar certas causas em frente. "Você não tem cara de psicólogo" (colegas de trabalho), "Você vai ser pobre" (mãe), "Jornalismo é mais barato" (pai), "É coisa de mulher" (secretamente, todo mundo; salvo exceção uma prima desbocada) foram algumas das idéias que as pessoas tentaram usar para me persuadir a voltar para o Jornalismo - afinal, era mesmo mais barato. E começou, com as expectativas mais altas que eu já havia criado para algo e contra o que todos achavam que era certo para mim... E eu senti muito em afirmar que, me desculpem, eu gostei.
Tem sido tudo muito natural a ponto de não parecer real. Depois de anos batendo a cabeça na parede com a idéia de que deve-se conhecer tristeza e passar por vários dramas antes de encontrar a felicidade, não parecia certo que algo tão bom pudesse vir assim de bandeja. Sabe-se lá se não era coisa do Ivo Holanda. Palavras como "subjetividade", "alma", "emoção" e "normal" agora fazem parte do meu cotidiano acadêmico - e não apenas dos meus monólogos internos - e servem para me fazer acreditar de que talvez seja isso mesmo o que eu queria, mas tem seu preço (e não estou falando da mensalidade).
Como um abrir de olhos para a realidade além do subjetivismo, da alma e das emoções, um conceito de normalidade faz com que cada um que almeja mesmo este caminho o aceite para si mesmo antes de julgar-se capaz de ajudar outros a encontrá-lo. A linha tênue entre razão e sentimentalismo finalmente torna-se clara, assim como em que lado você deve estar para suceder. Foi quando eu descobri que apesar de toda a subjetividade, não havia espaço para amor no estudo do comportamento humano. E o que realmente me assustou; eu entendi isto. Racionalidade sempre me pareceu algo inalcançável, como estabilidade mental ou coordenação motora, mas é o que tomou conta. Nada de "amor pra vida toda"; apenas nomes de filósofos, e outros pervertidos como Freud, e ideologias de como nada é puramente subconsciente. Algo pesado de se aguentar para alguém que não se relaciona bem com responsabilidade - especialmente, por seus próprios atos.
E então, eu me despedi da dramacidade e da parte de mim que produzia fantasias num piscar de olhos; a parte de mim que sonhava em encontrar o "amor da vida" numa caminhada qualquer da vida. Apesar de ainda acreditar que amor, felicidade, e uma vida plena estão no meu futuro, deixei de lado minhas crenças e todo um ser irracional que vivia em base do amanhã, para aproveitar o hoje. E vou continuar, sabendo que não serei eu mesmo por um tempo até sentir-me equilibrado o bastante para balancear racionalismo e amor numa mesma mente. Mas ainda vou para casa cantando baixinho, "All of the happiness you seek, all of the joy for which you pray, it's closer than you think, it's just a hundred tears away..."
Música de Hoje: One Hundred Tears Away – Vonda Shepard.
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