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O que eu fiz por amor


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Eu provavelmente não saberia viver com um coração inteiro, porque desde que o conheço sempre esteve partido. Talvez eu nem o reconheceria sem as cicatrizes e os furos, sem falar da fratura de estresse que o partiu ao meio – e deixou um vazio tomar conta. Um vazio que só poderia ser preenchido por algo – quer dizer, alguém – que não existe. E eu sei disto, mas para enganá-lo eu estanco a ferida com sonhos e fantasias. Em certos dias, ajuda a diminuir a dor.
Claro, eu poderia viver sem dar atenção a isto, mas tenho a sensação de que não seria eu mesmo. Ou quem sabe até seria, mas não faria a dor parar de existir. Eu poderia sair por aí e acenar normalmente para as pessoas, sorrir como se estivesse tudo bem. Afinal, que diferença faria ter um pouco mais de hipocrisia no mundo? Infelizmente, não é da minha natureza sorrir sem fundamentos, e viver sem coração. Tenho medo do meu coração parar de funcionar; medo de perder minha fé nas pessoas, no amor, e até em mim mesmo.
Sou o orgulhoso dono deste coração partido, mantido vivo à base de vaga esperança de que um dia alguém possa completá-lo. Estou apaixonado, e sempre estarei.
***
Já conheço a música de cor: “How can you mend a broken heart…

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