Janeiro é um mês estranho. É o prólogo de um ano novo enfim em prática, e ao mesmo tempo o período em que absolutamente nada parece acontecer. Entre os recessos legislativos e a crença popular de que o país só volta mesmo a colocar seus protocolos em dia após o Carnaval, só nos resta a decadência das nossas resoluções sobre emagrecer, o tédio existencial e as chuvas de verão. E se você me perguntar qual desses é o pior, sem dúvida são as chuvas. Hoje mesmo, durante aquela longa estrada da vida entre a saída do trabalho e a tradicional parada no mercado para descobrir qual refeição congelada me aquecerá no jantar, ela caiu. Nem forte o suficiente para que abrir um guarda-chuva se faça coerente – se você por acaso estiver com um – nem fraca o bastante para te poupar de parecer encharcado e triste para outros membros motorizados da sociedade que passam por você nos cruzamentos. E como pouca desgraça não existe, uma música triste tocava nos meus fones de ouvido que não podiam ser g...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca