Treze anos atrás, eu disse que quando dói a ponto de morrer, você sobrevive. Quod erat demonstratum. Na primeira temporada da pandemia, nenhum de nós imaginou, pra início de conversa, que seria uma “primeira temporada”. Olhando em retrospectiva, após algumas renovações involuntárias e variantes incessantes, parecer ser cada vez mais cômodo acreditar que nada será como antes. A questão é: nada nunca foi, muito antes do colapso de 2020. Agora, o porquê nos apegamos aos desastres naturais externos mais do que às armas de autodestruição que estamos habituados a detonar em nós mesmos, eu ainda não sei. Talvez pela cobertura jornalística envolvida. Tudo soa mais urgente acompanhado pela vinheta do Plantão da Globo. Mas nenhuma redação pode viver em torno dos desgastes e destroços emocionais, tentando emitir algum alerta a partir deles. Não, espere. Essa aqui pode. Se estamos prestes a encerrar esse capítulo obscuro da nossa história, seria importante ressaltar os piores momentos – a fi...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca