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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Desafio completo

Eu preciso de um ano novo. Não me leve a mal; 2013 conseguiu ser ainda mais do que eu esperava quando desejei esperançosamente durante o réveillon passado que este fosse o melhor ano das nossas vidas, e de certo modo foi. Claro, erros foram cometidos, calamidades aconteceram, pessoas se afastaram e, por mais que pareça que nada mudou, tudo está diferente. Eu estou diferente. Eu cresci, amadureci, sorri (inclusive em fotos), chorei, ri, gritei, andei, corri, me acidentei e voltei a andar. E cá estou, tentando ser assíduo com a minha escrita que, por algum motivo, não parece mais fluir tão naturalmente quanto antes. Talvez seja por cansaço, talvez seja pela fadiga emocional que eu ando arrastando dentro de mim. Eu não sei. Ultimamente tem sido difícil discernir algumas coisas, como quem é amigo e quem não é, aonde eu quero ir e aonde eu não quero, e quantas pedras de gelo eu quero no meu copo de uísque. Mencionei que já posso beber de novo? Pois é. Seis meses depois e cá estamos, já...

Uma comodidade preciosa

             Uma semana antes de me mudar para Cascavel, eu me lembro de estar conversando com um dos meus melhores amigos na sacada da casa dele. E durante uma das nossas últimas madrugadas de tereré, arguile e filosofia enquanto eu ainda morava lá, eu tive um pensamento ridículo: - Eles vão me odiar lá. - Por que acha isso? - Porque sim. Não sei se vou conseguir fazer amizades por lá. Eu sou difícil... - Sim, você é. Mas você vai fazer novos amigos sim. Só não se esqueça dos antigos...             E por um tempo eu acreditei nele, especialmente durante os primeiros meses de adaptação em uma nova cidade que decididamente não parecia se importar muito com o quanto era difícil para mim me acostumar com todos aqueles novos rostos, ruas e compromissos. Talvez eu fosse mesmo difícil demais para cativar outras pessoas fora do meu habitat natural.  Ou talvez eu estivesse com medo ...

Armas de auto-destruição

“ Minha dor é silenciosa. Sinceramente, acho que nem minha dor sente que dói. Ou então se sente, acho que não liga mais. Minhas lágrimas, quando existem, são secas. Evaporam em questão de segundos, antes mesmo que alguém seja capaz de perceber que havia sofrimento neste olhar, nesta alma amaldiçoada pela comodidade que a melancolia há tempos lhe proporcionava. Meu coração não está partido. Meu coração está quebrado, esmigalhado, estraçalhado e espatifado no chão, refletido somente através de um milhão de cacos impossíveis de se reajuntarem. Mas não é por sua causa. Ah, não. Definitivamente não é por sua causa. É por mim mesmo. Fui eu. Fui eu quem te fez abrir as mãos para segurar a chave da minha casa, o número do meu telefone, o endereço do meu prédio, a contradição da minha alma e toda a esperança que ainda ecoa dentro de mim, rezando solenemente por abrigo na eternidade da minha existência amargurada e inconsistente sem o ardor do seu olhar. Eu amo você, mas eu entendo completam...

Tudo pode acontecer

            Tudo está acabando. Eu disso isso há um mês, quando Novembro parecia ser apenas mais um mês e não um prelúdio a propagandas de Natal na televisão, confraternizações de amigo-secreto, e ligações da minha mãe para que eu comece a procurar por um peru desossado para a ceia. Parecia ansiedade de separação demasiada por um ano que ainda tinha muito a oferecer, salvo pelo acidente que, felizmente, em vês de me subtrair uma perna, me trouxe uma vacina anti-tétano e um celular novo. Mas aqui estamos, senhoras e senhores. O fim do ano chegou. Os parentes já estão avisando que virão, as luzes de Natal já estão acesas, as aulas acabaram e o fatídico tédio das férias já tomou conta da minha rotina. 2013, você foi muito bom pra mim, até mesmo enquanto estava me torturando, mas você ainda tem mais 30 dias pela frente para se superar e me surpreender.             Não me entenda errado, 2013. Eu ...