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Mostrando postagens de abril, 2011

De volta ao normal

O que ninguém gosta de admitir mas sabe que é verdade dentro de seu ser, é que no fundo somos todos inseguros e nos deixamos levar por isto ao sempre tentar se encaixar nos bons e velhos padrões, para evitar questionamentos ou olhares tortos. E quando conseguimos, ainda nos perguntamos porque estamos nos sentindo tão vazios, ou então tão sem graça enquando outros, com os dois pés para fora da casinha e sem nenhum sinal de preocupação com isto, parecem estar se divertindo mais. A vida seria mais divertida se apenas fossemos quem somos e fizessemos o que gostamos de fazer, e não o que o mundo exije que sejamos. O que é normal e o que não é? Quem estabelece o normal a ser feito, ou o tipo de coisa normal a ser seguido? Depois que disseram tudo e mais um pouco ao meu respeito, e minha loucura por sinal, eu decidi que, no fundo, estamos todos loucos por pensar que essa nossa vida em sociedade vai dar certo enquanto continuarmos rotulando uns aos outros como normal, anormal, quase norma...

Viciado em amor

Seus olhos viram repentinamente para ela quando ela entra no recinto. Seu coração bate mais forte. Suas mãos suam. Suas pernas tremem. Sua fala some. Tudo ao seu redor se cala a medida que ela se aproxima de você. Sua mente já não pertence mais a você, mas a pensamentos sobre ela. Você pensa que ainda tem tudo sob controle, mas está longe disso. O nervosismo aumenta. Seus suspiros multiplicam-se. E enquanto você lentamente entra em transe de fantasias em câmera lenta, com um alarme tocando dentro de si avisando para sair dali, percebe que não consegue mexer seus pés e o encontro será inevitável. Vocês se cruzam, ela passa reto, você desmaia e o pior, com um sorriso no rosto. Vocês se conhecem, tem muito em comum, e a conversa nunca termina. Ela descobre seus pontos fracos, você descobre os medos dela, e a história de vocês começa a ser escrita. Vocês saem juntos, andam juntos, riem juntos. Ela toca a sua mão, e você põe seu braço ao redor dela. Você e ela tornam-se vocês. Vocês cr...

Indiferentemente iguais

Apesar de afirmarmos que não , não nos importamos com o que os outros pensam e somos felizes assim, no fundo todos nós gostamos de receber atenção - até mesmo de quem não gostamos. Por isso é um sentimento muito forte que nos atinge quando somos ignorados, quando nossa existência é tomada de nós e somos anulados aos olhos do outro, e enquanto a negligência toma conta de nós, um enorme vazio passa a nos preencher. Queremos ser notados, ser percebidos pelos outros e quem sabe até receber de volta a importância que damos para certas pessoas, mas às vezes somos forçados a aprender a lidar com a indiferença, com o descaso até mesmo de pessoas que costumavam fazer parte do nosso mundo, mas que seguiram adiante sem nem olhar para trás, para ver se ainda estamos vivos. Dizem que o oposto de amor é o ódio, mas se enganam; sentir ódio de alguém quer dizer que ainda em algum nível, você sente a importância desta pessoa em você, e de algum modo ainda estão conectados. O oposto de amor é a indi...

Domingo

Depois de mais uma semana corrida e agitada , o costume de várias famílias está no bom e velho ritual de se reunirem ao redor de uma mesa repleta de comida caseira, alguns com sua cervejinha enquanto as crianças se afogam no refrigerante, com uma sobremesa apetitosa os aguardando em seguida, ao som de risadas e muita conversa animada até mesmo depois da comida ser servida. Cada parente então se dividia para diversas tarefas depois do almoço; alguns faziam fila para o banheiro enquanto outros lidavam com a louça suja, as crianças mal podiam esperar termianr o almoço para voltarem a brincar, até todos se reunirem novamente em frente à televisão para o filme que estivesse passando até a hora do futebol. Assim, alguns permitiam se deixar levar pelo Futebol, pelo Faustão e pelo Fantástico, a medida que outros buscavam um lugar à sombra para digerir e descansar, e até mesmo roncar em uníssono - apenas para voltar para casa e dedicar-se novamente à arte de dormir. E na semana seguinte não é...

Meu já famoso desabafo infame

Talvez eu tenha perdido aquele sentimento amoroso que me mantinha sempre adiante com minhas loucuras, minhas irracionalidades, e meu jeito de ser que, de algum modo, sempre cativava aqueles dispostos a me dar atenção. Talvez enquanto eu estava por aí certo de que as coisas estavam melhorando, que este era o ano de tentar desafiar a gravidade - e até mesmo cheguei a sentir meus pés deixarem o chão - a verdade esteve diante de mim esse tempo todo, escondida nos olhares reprovadores dos meus amigos, nas coisas não ditas por meus colegas que foram se acumulando até finalmente encontrarem um caminho de volta para mim; você está piorando, Igor, talvez nem tanto a ponto de se insistir em não se deixar levar pelo mundo real e recuar pra dentro de si, mas definitivamente está lá fora fazendo papel de tolo, enquanto poderia estar fazendo melhor. Muito do que eu digo e escrevo é infame, sem importância a ponto de passar batido por qualquer um, desde aqueles que eu mais desejava que presta...

Divertimento sadio e normal

Eu sou legal às vezes , quando não estou angustiado, cansado, em meio a crises existenciais, sofrendo por antecedência, grilado com ansiedade, com fome, com sono, apaixonado, com frio, com calor, enjoado, indignado... Enfim, eu sou legal, engraçado, e até divertido conforme o ambiente me proporciona piadas o suficiente para me tornar um humorista nato, ou então o palhaço da sala se for o caso. Agora, sair por ai talvez não seja o meu forte, e os extremos se encontram - enquanto as pessoas sarem por ai juntas para beberem sem rumo, sem dinheiro, sem hora para voltar e sem compromisso com uns aos outros ou a qualquer tipo de crença, eu fico em casa assistindo televisão, ou passando horas no computador, ou pior - escrevendo - e ambas as partes pensam na diversão da outra como doloroso e desnecessário. Mas as pessoas tem ideias diferentes do que é divertido e o que não é, do que as faz rir e o que as faz chorar de frustração - o problema é encontrar um consenso. Tem gente que acha di...

Gente normal e civilizada

Nada pode ser considerado um teste mais eficaz para a capacidade humana, ou a falta dela, sobre como conviver em sociedade como uma boa fila de banco, daquelas típicas segunda-feira após o dia do pagamento onde o primeiro a chegar encontra mesmo uma das maiores formas de felicidade possíveis, enquanto o último encontra seu inferno particular em questão de minutos, às vezes horas, e passa a descobrir o seu melhor e o seu pior a medida que se aproxima passo a passo do tão esperado caixa, e da sua vez de atendimento. Mas claro, às vezes pode demorar um pouco… - Droga! - Tudo bem, companheiro? - Eu jurava que a essa hora não haveria fila... - Ih, nem se engane com isto, esqueceu de que dia é hoje? - Ah, claro... Mas é que, com tanta coisa que ainda tenho para fazer hoje, realmente não poderia perder tempo nesta fila... - O que podemos fazer, não é? O negócio é esperar. - É, realmente, isso acontece. Aliás, não é o tipo de coisa tão demorada, né? Só vai levar alguns minu...

Questionamentos normais

A fase dos " porquês " inicia-se aproximadamente aos sete anos de acordo com certas teorias do desenvolvimento humano, mas o que nenhum livro ou artigo traz a tona é exatamente até quando esta fase dura, porque nos segue até hoje. Algumas pessoas tem uma visão de mundo diferente de outras; enquanto uns veem as coisas como são e indagam, "por que?", outras veem as coisas como nunca foram e questionam, "por que não?". E a fase dos "porquês" se aprofunda cada vez mais a medida que levamos a vida dia após dia e dúvida após dúvida. Por que eu não me lembrei daquele prazo? Como é que eu não vi aquele sinal? Será que é tarde demais para tentar concertar as coisas? Quando será que terei outra oportunidade como aquela? Do momento em que nos levantamos da cama pela manhã até cairmos de volta ao travesseiro de noite, nossas mentes se enchem de perguntas. Algumas são fáceis de serem resolvidas e logo são esquecidas, enquanto outras acabam por ser ainda ...

Sensações normais

Até mesmo o homem mais indiferente ou a mulher mais incrédula não pode negar que o constante embate entre coração e razão ainda os atinge, porque além da atração por contradições fazer parte da natureza humana, nenhum de nós pode afirmar com certeza que segue cegamente apenas um dos dois - estamos sempre em dúvida quanto ao que fazer, e nos encontramos presos meio ao fogo cruzado da objetividade em nossos cérebros e o amor em nosso peito. Somos criados para acreditar que em situações críticas, devemos agir com racionalidade e atuar conforme o normal a ser feito, sempre visando o bem estar social e tudo mais que se envolve e se complica em nossas vidas. Mas e quando nossos sentimentos se perdem meio a tamanho conflito, ou então nos dizem para seguir um caminho diferente do que a situação nos sugere? Racionalidade não consegue explicar todos os nossos conflitos porque não há nada lógico no que sentimos; é emocional, subjetivo e sujeito a reflexões e questionamentos, mas nunca pode s...

A insustentável leveza do meu ser

Auto-confiança é o que separa os homens e mulheres mais carismáticos e inspiradores daqueles mais tímidos e retraidos. Mas às vezes nada parece mais difícil do que acreditar que a decisão que estamos tomando é a certa, ou que a direção que estamos seguindo em nossas vidas nos levará a tudo que estamos procurando. Por que quem de nós pode saber ao certo que sua vida está se desenrolando de acordo com seus planos? Às vezes me sinto certo, às vezes totalmente errado. Tenho dias mais felizes e menos felizes, sorrisos forçados e verdadeiros, lágrimas a toa ou necessárias. Depende de como eu acordei naquele dia, de quem passou por meus olhos enquanto estava por aí, e quem continua em meu coração mesmo depois de ter partido há tanto tempo. Viver não é tão fácil quanto parece; é só refletir sobre aqueles dias em que você não se sente em seu melhor estado e ainda assim é forçado a enfrentar as convenções e conflitos do dia-a-dia - manter um bom relacionamento com seus amigos, suas médias n...

Desesperar é normal

Sabe aquela calma que só o desespero dá? São os momentos de crise que mostram quem nós somos, a verdadeira força e os limites que possuimos - até ultrapassar todos deles com a velocidade de um só rompante, mas não se preocupe; se exaltar é normal. São os momentos de crise que também geram mudanças; revemos nossas atitudes, buscamos possiveis soluções, tudo isso enquanto a ansiedade toma conta e o nervosismo se faz presente a cada instante em que ainda não encontramos uma saída. Mas sem motivo para pânico, ainda temos tudo sob controle - basta repetir isto para si mesmo até acreditar, para ganhar tempo. Não estudei para a prova. O namoro acabou. Esqueci aquele trabalho. Fui demitido. Bati o carro. Levei um choque. Meus amigos sumiram. Começou a chover do nada. Perdi a carteira. Quebrei o copo. O cachorro morreu. Reprovei de ano. Tropecei e cai na rua. Quando a vida acontece e muda nossos planos, não há muito que podemos fazer a não ser tentar seguir o novo ritmo que nos foi dado e ...

Um pouco de cultura é normal

Quantos livros você lê por ano? E quantos filmes você assiste por mês? Consegue se lembrar da última vez em que foi ao teatro? As pessoas tem um jeito curioso de conceituar cultura, do mesmo modo em que julgam e diferenciam aqueles que a possuem daqueles que não sabem quem foi Humphrey Bogart ou pensam que Barbra Streisand é apenas um remix . E dizem que é importante ter vocabulário, interesse pela leitura e pelas belas artes, de tal modo que qualquer coisa que você faça a partir daí passe a ter um certo toque de sofisticação, mesmo quando se sabe ao certo como soletrar " sofisticação ". Dizem também que cultura mesmo é conhecimento geral, é estar atento quanto aos últimos acontecimentos do mundo, desde os mais banais até as calamidades públicas, as pequenas novidades e as grandes reviravoltas, como a atual situação política de Gana ou a reconstrução relâmpago do Japão que, em questão de semanas, ultrapassou o progresso do Brasil sobre a construção do novo estádio para s...

Ignorar é normal

- Ei! - Oi? - O que está fazendo? - Como assim? - Porque me ignorou ontem? - Eu não te ignorei. - Claro que ignorou. Não falou comigo a noite toda. - Aí, tá vendo, são duas coisas diferentes. Eu só não falei com você ontem. - Porque você me ignorou! - Se eu estivesse te ignorando, não falaria com você agora, não é? - Mas agora fui eu quem veio atrás de você, porque ontem você praticamente esqueceu que eu existia! - Só porque eu não falei com você? - Claro, a gente se fala todo dia! - Então se a gente se fala todo dia, e eu não falo com você uma vez, isso é ignorar? - Não me diga que não me ignorou ontem! - Nós só não conversamos, porque não veio me chamar ontem se precisava tanto falar comigo? - Mas eu não precisava falar com você... - Então qual é o problema? - O problema é que você me ignorou! - Mas se você não queria falar comigo, porque estamos discutindo? - Não estamos discutindo, eu só quero saber porque me ignorou ontem! - Eu não te cu...