Ontem foi 23. Foi o dia mais esperado por mim a cada ano que passa, cada inverno que eu sobrevivo e cada grade curricular que eu completo. Mas ontem foi diferente, porque provavelmente foi a última vez em que o meu aniversário envolveu abraços nos corredores da faculdade, ou um grupo de amigos tão grande para se convidar para sair e beber depois da aula. Não. Ontem os 23 foram definitivos em muitas coisas; encerrou o ciclo vicioso e trágico em que os meus 22 haviam se estagnado, entre empregos que vieram e se foram, e mulheres que parecem só ter ido embora, mas também definitivo pelo contexto em que eu sobrevivi por mais um ano. Porque os 23 prometem ser diferentes – como o primeiro ano em que eu estarei saindo para o mundo por conta própria, em busca de sucesso, felicidade, prosperidade e, quem sabe, um pouco mais de estabilidade para firmar as neuroses que, ao que parece, jamais abandonarei. Eu ainda não sei o que vou fazer com os meus 23, mas pela pr...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca