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Mostrando postagens de abril, 2017

Este cara está apaixonado por você

Eu estive apaixonado pela garota errada desde os meus 14 anos, e não pulei um dia sequer desde então. Claro que a garota mudou de nome com o passar dos anos, assim como a cidade em que morávamos, as músicas que eu dedicava a ela e as sacadas nas quais eu passava noites em claro. Sentado, esperando, rezando que ela estivesse pensando em mim também... E mesmo quando não era recíproco, ou quando a esperança parecia ser tão rarefeita quanto os ventos de uma noite de verão, e uma lágrima ou outra acabava por escapar dos meus olhos, eu era feliz. Por simplesmente ainda acreditar em algo, em nós, eu era feliz. É algo que nós perdemos com o passar dos anos, entre uma pessoa errada e outra: a habilidade de continuar acreditando que pode dar certo. Às vezes eu ainda me pego pensando em alguém, mas não do jeito que já cheguei a sonhar um dia. As sátiras envolvendo andar de mãos dadas no shopping e as fantasias sobre ter alguém com quem dividir o cobertor em uma noite fria são mais fáceis...

A odisseia do transporte público

Andar de ônibus é mais que uma modalidade urbana; é uma educação. Da física – ao aprender que uma mão não será o suficiente para te amparar quando ele faz uma curva aberta – até a religiosa – quando você avista seu número se aproximando do ponto e reza para que dê tempo de embarcar. Salvo alguns anos do meu ensino fundamental, em que a sorte ainda me permitia depender de várias opções de linhas que passavam na frente da minha casa para me levar até a escola, eu nunca realmente dependi de ônibus. Mais do que isso, sempre fiz questão de provar o contrário. Como quando aprendi a ir andando por diversos caminhos até o centro de Londrina, e a transitar pela cidade para chegar a qualquer outro destino que desejasse ir. Até a prova definitiva, durante os meses que morei no anexo Londrinense batizado de Cambé, quando perdi o único ônibus metropolitano que passaria pela próxima hora. E ao avisar o horizonte com descrença e frustração, pensei comigo mesmo: “Pelo tempo que vai levar para...

Não aprendi a fazer logoff

Qual é a dificuldade em admitir que você se importa com alguém? Talvez tenha um pouco a ver com medo, ou muito mais a ver com orgulho. A questão é que se você é como eu, provavelmente preferiu ficar sozinho em casa num sábado à noite, em vez de criar coragem de perguntar a ela onde ela gostaria de ir para beber alguma coisa, e então se organizar para ir ao seu encontro. Caso isso nunca tenha acontecido contigo, pare de ler. Estou falando de insegurança, neurose, paranóia e uma série de tentativas infames de praticar o desapego com alguém que aparentemente nunca irá deixar de fazer parte dos pensamentos que temos antes de dormir. Agora, caso isso seja mais “ você ” do que você gostaria de admitir, seja bem vindo. As coisas não ficarão bem, mas você aprenderá a lidar melhor com elas. Ou não. As redes sociais e suas incontáveis maneiras de me atualizar sobre o que você anda fazendo definitivamente contribuem para isso, mas a verdade é que eu não preciso clicar para visuali...

Boa noite, e boa sorte

“ Vou me arrepender disto no final? ” Essa é a pergunta mais assustadora de todas, independente das opções que estejam diante de você. Ter escolhas por si só já é um fardo e tanto, e a psicologia existencial está aí para não me deixar mentir. Em se tratando de escolhas, eu faço o máximo que posso para conviver em paz com as minhas. Por exemplo, eu não me arrependo de ter deixado você ... Ou você . Ou até mesmo você . Assim como eu não me arrependo de ter me mudado para longe de tudo familiar para mim – em nenhuma das vezes que fiz isso. Tudo que fiz, ou deixei de fazer nesta vida, sempre foi por amor. Inclusive quando ele deixou de existir. Não sei qual é o seu parâmetro de vida em termos de definições importantes como “ o que quero ser quando crescer? ” ou “ o que estou buscando a partir desta decisão? ”. Há quem diga que 25 anos é pouco para saber disso ao certo, e há quem diga que eu já deveria saber disso há muito tempo. Minha história é controversa, tumultuada e complicad...

A desconstrução

Quando você acorda de manhã , talvez o seu primeiro pensamento não seja tão pessimista quanto “o mundo como eu o conheço pode acabar hoje”. Não. A maioria das pessoas é mais otimista do que isso. A maioria das pessoas provavelmente pensa que terá um bom dia pela frente, que os problemas eventualmente irão se resolver, e que mesmo que tudo não fique completamente bem ao final do dia, sempre haverá uma próxima oportunidade de acertar as coisas. E se você for uma dessas pessoas, volte para o seu dia feliz. Porque este não é o desabafo de alguém que ainda acredita que as coisas ficarão bem. Este é o desabafo de alguém que viu o mundo acabar mais vezes do que deveria, em menos tempo do que parecia ser possível. Os últimos dias não foram fáceis. Poderia dizer, inclusive, que 2017 como um todo tem sido o ano dos planos desfeitos, das promessas mal cumpridas e da lástima e definitiva teoria de que se algo pode dar errado, é só uma questão de tempo para isto. 2017 tem sido, basi...