Eu estive apaixonado pela garota errada desde os meus 14 anos, e não pulei um dia sequer desde então. Claro que a garota mudou de nome com o passar dos anos, assim como a cidade em que morávamos, as músicas que eu dedicava a ela e as sacadas nas quais eu passava noites em claro. Sentado, esperando, rezando que ela estivesse pensando em mim também... E mesmo quando não era recíproco, ou quando a esperança parecia ser tão rarefeita quanto os ventos de uma noite de verão, e uma lágrima ou outra acabava por escapar dos meus olhos, eu era feliz. Por simplesmente ainda acreditar em algo, em nós, eu era feliz. É algo que nós perdemos com o passar dos anos, entre uma pessoa errada e outra: a habilidade de continuar acreditando que pode dar certo. Às vezes eu ainda me pego pensando em alguém, mas não do jeito que já cheguei a sonhar um dia. As sátiras envolvendo andar de mãos dadas no shopping e as fantasias sobre ter alguém com quem dividir o cobertor em uma noite fria são mais fáceis...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca