Você me dispensou. Tudo bem, eu entendo. Não é nenhuma novidade. A essa altura, eu nem leio mais as desculpas na íntegra. Só passo o olho nas já famosas palavras-chave – medo, ansiedade, indecisão – ou nas expressões infames do tipo “não sei o que quero da minha vida agora” ou “não estou pronta para um relacionamento sério”, e sigo em frente. Isto é; eu entendo que preciso seguir em frente. Mas por um instante – um longo e aparentemente arrebatador instante – eu realmente me sinto sem direção. Como alguém que estava tranquilamente em direção a um horizonte, acreditando que dias melhores estavam adiante, só para ser surpreendido por um penhasco. E a queda é certa, derradeira, finita. Mas cá entre nós, e eu não quero ser nenhum estraga-prazeres, a verdade é que eu não entendo. Sabe por que? Porque eu sei o que vai acontecer agora. Não exatamente agora, nem amanhã, nem semana que vem. Mas é o que vai acontecer, porque essa história não é original nem imprevisível. Depois de um tempo,...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca