Eu não acreditei quando a Joyce me contou , mas parece que é verdade. Quando a Clarice ( Lispector , para os entendedores menos íntimos) escreveu o romance A Paixão Segundo G.H. em 1964, ela realmente se inspirou em uma barata. Se foi uma barata que apareceu em seu banheiro durante um momento em particular de fraqueza durante uma madrugada de Domingo, como no meu caso, eu não sei. Mas que ela tirou um best-seller disso, tirou, e com isso eu - obviamente - não pude deixar de pensar em mim. E de quando eu finalmente escreveria o meu best-seller sobre a vida, sobre romances... Talvez não necessariamente sobre a barata que apareceu no meu banheiro e as lamúrias existenciais que ela provocou em mim, que por sinal não foram tantas assim. Só o bastante para revisitar todo o meu passado em questão de segundos - como quem é quase atropelado por um ônibus e supostamente vê toda a vida passar diante dos olhos - antes de finalmente conseguir ace...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca