Toda vez que minhas aulas acabam mais cedo, ou quando minha van atrasa (ou, ambos), eu fico no estacionamento frente ao meu bloco e olho para o céu, em típica moda subjetiva. Mas o que eu nunca deixo de reparar é a quantidade de estrelas que estampam a noite em Cascavel. Talvez fossem os prédios ou minha cegueira adolescente natural, mas eu não conseguia ver as estrelas em Londrina. Em Cambé não havia prédios que cobrissem minha visão, e a janela do meu quarto era virada justamente para a imensidão lá fora - também, sem estrelas. Na minha mente eu sempre acreditei que existia certa conexão entre as estrelas e algum tipo de esperança, para não dizer felicidade. Desde a literatura até o cinema retratam estrelas como símbolo desse significado, e eu cresci com isso. O que eu acho estranho é exatamente esta contradição: eu era feliz em Londrina/Cambé, mesmo sem estrelas. E agora que tenho uma cidade estrelada, tudo parece ser mais difícil - isto é, até eu olhar para o céu. Honestamente?...
"Às vezes eu fico tentado a me tornar um mendigo, afastado da sociedade. Mas aí eu não teria onde carregar meu celular." - Igor Costa Moresca