Pular para o conteúdo principal

Agora eu sei

A cidade ainda é a mesma, mas eu mudei. É incrível como um ano pode trazer tantas novidades, e ainda assim começar e terminar da mesma maneira. Ainda estou sozinho, e ainda estou apaixonado. A única diferença é que agora eu sei que você não vai mais voltar. E de todas as coisas que aprendi, talvez essa seja a que mais machuca. Você nem foi tudo aquilo, nem sequer é bonita, mas de algum modo me fez feliz como nenhuma outra antes havia feito. E enquanto todas se foram, as memórias de você prevalece. Mas agora eu sei como terei que abrir mão delas também pelo meu próprio bem. Agora eu sei que era eu quem estava mantendo você aqui esse tempo todo. Agora eu sei que preciso dizer adeus a você.

Agora eu sei exatamente do que sou capaz e do que não sou. Agora eu sei que não precisava me preocupar tanto com minhas expectativas, minhas exigências. Não precisava temer que meus sonhos não se tornassem realidade, ou que a felicidade talvez nunca chegasse. Agora eu sei quem realmente sou; alguém que busca por amor, e já reencontrou forças para acreditar que ainda existe.

Agora eu sei como minha estranheza nem é tão estranha, como meus gostos não são nem de longe inéditos, e que dias melhores sempre virão. Agora eu sei que é preciso viver, seguir sempre em frente, apesar de tudo. Agora eu sei que você não chegou nem perto de ser a mulher da minha vida, mas não posso negar que te amei. E ainda amo; você ainda é o sonho. Mas sonhos sempre chegam ao fim, e agora eu sei que o dia em que você foi embora não foi o fim do mundo como eu sempre pensei que havia sido.

E agora eu sei que você não vai voltar... E que eu vou sobreviver a isso também. Existe uma vida longa e feliz reservada para mim, disso eu nunca duvidei. Agora eu sei que você não é tudo, que o amor ainda pode liderar o caminho e que depois de tudo que aconteceu, mesmo coberto de cicatrizes e feridas, eu ainda sou eu.

Ao som de: You’re Still You – Josh Groban.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os 5 estágios do Roacutan

            Olá. Meu nome é Igor Costa Moresca e eu não sou um alcoólatra. Muito pelo contrário, sou um apreciador, um namorador, um profissional em se tratando de bebidas. Sem preconceito, horário ou frescura com absolutamente nenhuma delas, acredito que existe sim o paraíso, e acredito que o harém particular que está reservado para mim certamente tem open bar. Já tive bebidas de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, assim como todas as ressacas que eram possíveis de se tirar delas. Mas todo esse amor, essa dedicação e essas dores de cabeça há muito deixaram de fazer parte do meu dia a dia, tudo por uma causa maior. Até mesmo maior do que churrascos de aniversário, camarotes com bebida liberada e brindes à meia noite depois de um dia difícil. Maior do que o meu gosto pelos drinques, coquetéis e chopes, eu optei por mergulhar de cabeça numa tentativa de aprimorar a mim mesmo, em vês de continuar me afogando na mesmisse da minha melancolia existencial.            

A girafa e o chacal

Melhor do que os ensinamentos propostos por pensadores contemporâneos são as metáforas que eles usam para garantir que o que querem dizer seja mesmo absorvido. Não é à toa que, ao conceituar a importância da empatia dentro dos processos de comunicação não violenta, Marshall Rosenberg destacou as figuras da girafa e do chacal . Somos animais com tendências ambivalentes – logo, nada mais coerente do que sermos tratados como tal.  De acordo com Marshall, as girafas possuem o maior coração entre todos os mamíferos terrestre. O tamanho faz jus à sua força, superior 43 vezes a de um ser humano, necessária para bombear sangue por toda a extensão do seu pescoço até a cabeça. Como se sua visão privilegiada do horizonte não fosse evidente o suficiente, o animal é duplamente abençoado pela figura de linguagem: seu olhar é tão profundo quanto seus sentimentos.  Enquanto isso, o chacal opera primordialmente pelos impulsos violentos, julgando constantemente cada aspecto do ambiente ao seu re

Wile E.: o gênio, o mito, o coiote

Aí todo mundo no Facebook mudou o avatar para a imagem de algum desenho e eu não consegui achar mais ninguém, mas depois de um tempo eu resolvi brincar também. O clima de celebração do dia das crianças invadiu as redes sociais de tal maneira que todos nós acabamos tendo vários flashbacks com os desenhos de nossos colegas, dos programas que costumávamos assistir anos atrás quando éramos crianças e decorar o nome dos 150 pokemons era nosso único dever. E para ficar mais interativo, cada um mudou a imagem para um desenho com qual mais se identifica, e quando a minha vez chegou, não tive dúvidas para escolher nenhum outro senão meu ídolo de ontem, de hoje, e de sempre: o senhor Wile E. Coiote. Criado em 1948 como mais um integrante da família Looney Tunes, Wile foi imortalizado pelo apelido e pela fama de fracassado em sua meta de vida: pegar o Papa Léguas. Através de seu suposto intelecto superior e um acesso ilimitado ao arsenal de arapucas fornecidas pela companhia ACME, Wile tento