Pular para o conteúdo principal

Sexy

Sexo. É igual a um abraço, só que mais molhado. Quando se é um adolescente, nosso mundo gira ao redor de três coisas: como conseguir sexo, como conseguir sexo de novo, e como cuidar para que nunca fiquemos na seca. E você consegue enxergar claramente aqueles que andam ganhando, e aqueles que estão com as mãos abanando; está na cara. Mas apesar de nossos hormônios nos enlouquecerem a ponto de não termos nenhum pensamento sem duplo sentido, o que nós realmente sabemos sobre sexo? Não só o ato em si, mas as consequências, os métodos de prevenção, e as moralidades envolvidas. Sexo é o momento onde nos expomos para outra pessoa no auge da nossa vulnerabilidade, portanto quando nos envolvemos com alguém debaixo nas cobertas como podemos ter certeza de que estamos seguros?

O conceito é simples; começa com um toque, depois um beijo, algumas carícias, mãos entrelaçam-se, a nudez toma conta, e em questão de suspiros dois corpos tornam-se apenas um, culminando na mais prazerosa emoção humana - ainda maior do que o êxtase de cheiro de carro novo, a alegria de encontrar dinheiro esquecido no bolso, ou a sorte de não pegar fila no banco - o orgasmo. Mas algumas pessoas perderam o toque ao tratar o sexo não como o mais alto grau de intimidade e paixão entre duas pessoas, e o vêem apenas como um esporte designado para 3 até 4 jogadores onde vale tudo desde besteiras sussurradas aos ouvidos até as posições do kama-sutra que foram editadas e banidas da tradução.

Existem outros três momentos marcantes na vida de um adolescente; a primeira vez em que você faz sexo, a primeira vez em que você faz sexo bom, e a primeira vez em que você apenas passa a noite com aquela pessoa especial. Algumas pessoas não pensam mais em sexo como o momento de maior expressão da subjetividade e afetividade humana, de sublime arte e atração entre duas pessoas que juntas buscam o prazer, e está na hora de colocar o sexy de volta no sexo.

Comece por lembrando-se do seu valor, do quanto você é especial e de como seu corpo, suas emoções e sua alma não podem ser jogados aos braços de outra pessoa sem ao menos saber seu nome, ou então sem pelo menos estarem em um lugar coberto. E então lembre-se que isto não se trata apenas de você; existe outra pessoa com os cotovelos apoiados nos seus joelhos, que também precisa ser levada em conta. É aí que a arte entra em cena; luz de velas, música romântica, um jantar reservado, uma dança suave, uma troca de olhares sugestivos, alguns movimentos provocantes, até toda a eroticidade dos dois os levar a entrar em erupção - onde aqueles dois corpos não podem mais ficar separados e precisam se unir, se sentir nas mãos um do outro, até o suor escorrer por seus rostos e não deixar nada a não ser sorrisos e despreocupações de que ali, naquele momento, só existem vocês dois e nada mais.

Às vezes não há nada mais sexy do que a procura, a espera por aquele alguém capaz de nos arrancar suspiros com um olhar, ou o menor toque da sua mão que já nos deixa suando frio de desejo. Qualquer um com a saúde em dia e os membros certos nos lugares certos pode fazer sexo, mas é preciso coração e alma para fazer amor.

Ao som de: Te Amo - Rihanna.

Comentários

  1. Simplesmente lindo... *--------* Adoreeei Igor, Parabéns. por acreditar

    ResponderExcluir
  2. Excelente texto, para os que tem a sensibilidade e coragem de reconhecer isso.Os machistas e ignorantes que me desculpem. Adorei!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Os 5 estágios do Roacutan

            Olá. Meu nome é Igor Costa Moresca e eu não sou um alcoólatra. Muito pelo contrário, sou um apreciador, um namorador, um profissional em se tratando de bebidas. Sem preconceito, horário ou frescura com absolutamente nenhuma delas, acredito que existe sim o paraíso, e acredito que o harém particular que está reservado para mim certamente tem open bar. Já tive bebidas de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, assim como todas as ressacas que eram possíveis de se tirar delas. Mas todo esse amor, essa dedicação e essas dores de cabeça há muito deixaram de fazer parte do meu dia a dia, tudo por uma causa maior. Até mesmo maior do que churrascos de aniversário, camarotes com bebida liberada e brindes à meia noite depois de um dia difícil. Maior do que o meu gosto pelos drinques, coquetéis e chopes, eu optei por mergulhar de cabeça numa tentativa de aprimorar a mim mesmo, em vês de continuar me afogando na mesmisse da minha melancolia existencial.            

A girafa e o chacal

Melhor do que os ensinamentos propostos por pensadores contemporâneos são as metáforas que eles usam para garantir que o que querem dizer seja mesmo absorvido. Não é à toa que, ao conceituar a importância da empatia dentro dos processos de comunicação não violenta, Marshall Rosenberg destacou as figuras da girafa e do chacal . Somos animais com tendências ambivalentes – logo, nada mais coerente do que sermos tratados como tal.  De acordo com Marshall, as girafas possuem o maior coração entre todos os mamíferos terrestre. O tamanho faz jus à sua força, superior 43 vezes a de um ser humano, necessária para bombear sangue por toda a extensão do seu pescoço até a cabeça. Como se sua visão privilegiada do horizonte não fosse evidente o suficiente, o animal é duplamente abençoado pela figura de linguagem: seu olhar é tão profundo quanto seus sentimentos.  Enquanto isso, o chacal opera primordialmente pelos impulsos violentos, julgando constantemente cada aspecto do ambiente ao seu re

Wile E.: o gênio, o mito, o coiote

Aí todo mundo no Facebook mudou o avatar para a imagem de algum desenho e eu não consegui achar mais ninguém, mas depois de um tempo eu resolvi brincar também. O clima de celebração do dia das crianças invadiu as redes sociais de tal maneira que todos nós acabamos tendo vários flashbacks com os desenhos de nossos colegas, dos programas que costumávamos assistir anos atrás quando éramos crianças e decorar o nome dos 150 pokemons era nosso único dever. E para ficar mais interativo, cada um mudou a imagem para um desenho com qual mais se identifica, e quando a minha vez chegou, não tive dúvidas para escolher nenhum outro senão meu ídolo de ontem, de hoje, e de sempre: o senhor Wile E. Coiote. Criado em 1948 como mais um integrante da família Looney Tunes, Wile foi imortalizado pelo apelido e pela fama de fracassado em sua meta de vida: pegar o Papa Léguas. Através de seu suposto intelecto superior e um acesso ilimitado ao arsenal de arapucas fornecidas pela companhia ACME, Wile tento