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Dia do funcionário público

28 de Outubro é o 301º dia do ano, ou 302º em anos bissextos, que caracteriza-se apenas como mais um dia de primavera, às vezes calor, às vezes coberto por uma brisa fria acompanhado por um céu azul limpo de nuvens. É uma data histórica que marcou eventos como a fundação da universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, a inauguração da estátua da liberdade em Nova York, a criação do município de Belo Horizonte, a comemoração de eventos e feriados cíclicos como o dia de São Judas Tadeu (padroeiro das causas impossíveis - agora tudo faz sentido!) e dia do funcionário público no Brasil, assim como o aniversário de grandes figuras como Bill Gates, Julia Roberts e, bom, Bruna Surfistinha. Para a maioria das pessoas é apenas mais um dia qualquer, mas para mim é o dia em que um novo ciclo de vida se inicia - desta vez, o início da segunda idade. Diga adeus à era da inocência e seja bem vindo ao mundo real de vez, Igor.

Eu já tive festas arquitetônicas de infância, festas em salões de restaurantes e pizzarias, festas-surpresa e até mesmo três bolos de aniversário em um só ano, mas o sentimento que prevalece a cada ano é o das coisas que não tenho e pior, as que nunca tive. Mas esse ano foi diferente; talvez completar duas décadas tenha quebrado uma maldição de anos uma vez que a frescura adolescente foi forçada a dar espaço para um mínimo de maturidade que é preciso ter para seguir uma vida adulta. Desta vez eu não estou me martirizando pelas coisas que nunca tive; pelo contrário, nunca estive tão feliz pelas coisas que conquistei até agora, pelos amigos que tenho e que ainda caminham comigo, pelas oportunidades que não deixei passar e que me levaram a descobrir um mundo maior e mais surpreendente do que eu poderia imaginar. Pelo visto, o mundo real não é tão ruim depois que se pega o jeito.

O dia não chegou ainda, mas eu sempre sinto uma necessidade de me preparar antes. É muita felicidade para um dia só, que eu não consigo dar conta de uma vez. E de certo modo, é muito bom isso. Para quem teve medo de morrer quando completou dezoito e que queria fazer dezenove de novo só para se manter "crianção", os anos vinte estão provando ser melhores do que eu esperava.

Ao som de: Nowadays / Hot Honey Rag – Chicago.

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