Eu sempre achei que a base para um relacionamento – qualquer tipo de relacionamento – era ter algo em comum com a pessoa que compartilha metade deste compromisso. Às vezes é uma história incomum sobre como vocês se conheceram, e como nunca mais quiseram deixar de conversar.
Às vezes é quando a própria vida te leva a encontrar alguém por quem você já havia passado reto antes sem nunca realmente tentar conhecer, mas que agora te faz refletir sobre como você vivia antes dela. E às vezes é uma pessoa qualquer do seu dia a dia, que aos poucos se mostrou ser alguém muito mais confiável do que você esperava.
Mas não, nada disso pode resumir bem a base para qualquer relacionamento, seja o envolvimento de amantes, o laço de uma família, ou o elo de dois amigos. A base para um relacionamento se dá a partir do tempo que dedicamos para cultivar tal envolvimento; só assim é que percebemos exatamente o quanto aquela pessoa é importante para nós, apesar das diferenças.
Porque às vezes nós podemos não ter nada em comum, nem sequer algo que realmente nos mantenha juntos ao longo do tempo, a não ser pelos momentos que passamos juntos que no fim provaram ser inesquecíveis. Só que nem todo mundo percebe o quanto é preciso cultivar uma amizade para evitar que a distância tome conta, ou então o quanto é necessário proteger uma relação para impedir que as desavenças tomem o lugar do amor.
Por isso eu decidi dar uma última chance a essa amizade – a esse amor que um dia foi tão grande e poderia ter sido muito mais – mas não; nós perdemos. Não há mais um meio-termo entre nós forte o bastante para nos unir nem mesmo só por uma noite. E se eu não quero sair, e você não quer entrar, como podemos continuar fingindo que a única coisa que temos em comum agora é a distância?
E então, eu cheguei mais uma vez ao meu limite, e até um pouco além do que eu imaginava possível... Só para descobrir que não foi só por uma noite, mas na verdade por um ano inteiro, eu estava lutando, tentando e amando sozinho. E foi a última noite em que eu deixei você me deixar assim. Na manhã seguinte, eu segui em frente e por um instante até tive a impressão de ouvir você chamar o meu nome, mas eu sabia que eram só as minhas lembranças tentando me fazer voltar.
Hoje, quando eu relembro aquela noite, eu não penso mais como a noite em que você me deixou sozinho. Eu vejo como a noite em que eu finalmente percebi que eu precisava encontrar alguém que tivesse a mesma dedicação para mim, que eu sempre tive para o amor. E foi tudo mesmo só uma questão de tempo; o tempo que você não teve mais para mim.
Ao som de: One Night Only – Dreamgirls.
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