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Honestamente, loucamente, profundamente

Já faz tanto tempo desde a última vez que eu me apaixonei que provavelmente eu nem saberia reconhecer um amor agora. Eu sinto falta, mas meu medo é maior do que minha saudade. Só de pensar em ter parte de mim controlada por outra pessoa… Mesmo sabendo que esta é a graça – a entrega, a redenção – a idéia me parece muito surreal. Quem sabe fosse só uma questão de tempo para este coração perder sua convicção e permitir-se esfriar, desilusão após desilusão. Alguns ainda dizem que se apaixonar é maravilhoso; eu não saberia dizer como é. Aliás, relembrar minhas paixões antigas e tudo que fiz por elas – por amor – já nem parecem memórias reais. Conversas à meia-noite sobre o luar, atravessar tempestades para chegar em sua casa, declarações no telefone, abraços, beijos, cartas de amor… Não parecem ações que poderiam vir de mim hoje, mas um dia foram. Anos atrás, quando estávamos juntos. E o mundo nunca saberá…

Ao som de: Mandy – Barry Manilow.

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